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segunda-feira, 21 de maio de 2012

S.O.S: Arembepe pede socorro


Mais um final de semana em Arembepe, desta vez, entretanto, um pouco diferente, e para pior. A chuva caia forte e os moradores da Rua da Glória, como sempre, apreensivos, rezavam para que a chuva parasse.
A chuva, entretanto, continuava, ininterrupta durante todo o final de semana. Não bastasse a chuva alagando tudo, entrando pelos portões, invadindo casas, deixando gente ilhada em suas casas, faltou energia durante quase todo o dia de sábado, entretanto, isto não arrefeceu o ânimo de quem aniversariava, nem daqueles que, ilegalmente, continuam a funcionar afrontando os poderes públicos, os vizinhos, enfim, a sociedade.
Na Rua da Glória, que parece ser mesmo o calo de Arembepe, na casa de eventos, que, segundo a própria Prefeitura de Camaçari, não tem alvará para funcionamento, houve mais um evento.  Bem verdade que, primeiro sem energia, não havia som, e, mesmo quando a energia retornou, o som estava muito calmo, certamente por força dos donos da festa, porque do contrário, se a festa fosse patrocinada pela dona da casa de eventos ilegal, ninguém teria direito de ouvir algum som em suas casas, ligar a televisão, enfim. Outro dia a senhora ligou o som as 9.00 da manhã e só desligou à noite; a Rua da Gloria, até a metade, podia ouvir o som, mas não há a quem recorrer, e ainda tem quem diga, desconhecendo a lei, que de dia pode. Não pode não!O barulho, a poluição ambiental não ocorre só à noite, em qualquer horário do dia ou da noite se o som alcança uma quantidade de decibéis, ou ainda incomoda a vizinhança, isto pode ser denunciado e o órgão responsável tem de tomar providências, entretanto, isto não ocorre em Arembepe, e nem mesmo a Juíza, que, segundo alguns, manda num tal de “Brito” ou sei lá quem, que chefia uma “força tarefa”, conseguiu, através dos meios legais, pois não conhece outros, impedir que os eventos aconteçam. Por acaso conheço a Juíza e sei que ela não tem qualquer envolvimento com força tarefa e nem com ninguém da Prefeitura de Camaçari, ela recorre aos meios legais.
Se a tal da Juíza tivesse mesmo o poder que lhe é atribuído por gente que nunca viu, não sabe nem quem é, que inclusive não lhe conhecem, certamente  os sons de carros e das casas vizinhas, ao menos onde mora, não  mais incomodariam ninguém. 
O fato é que o aniversário aconteceu embaixo de toda a chuva. Parabeniza-se a aniversariante, mas não se pode concordar com a proprietária da casa de eventos que continua a afrontar o poder público e as pessoas.
Festa do dia 19.05.2012
Carros estacionados dia 19.05.2012
O incomodo da casa de eventos, todavia, não se resume somente ao som. Como não há qualquer infraestrutura para que a casa funcione, porquanto não existe estacionamento privativo para quem frequenta o ambiente, os carros dos convivas ficam estacionados na rua, que por acaso, é de mão dupla. Nesta festa alguém resolveu estacionar, também, do outro lado da rua, resultado, um carro grande não podia passar, mas, certamente, isto não tem qualquer problema, “as pessoas é que gostam de criar confusão”, como disse uma vez a senhora dona da casa de eventos. Em relação ao estacionamento há outro grave problema, quando os carros estão estacionam do outro lado da rua, não respeitam quaisquer espaços, e as pessoas que tem casas do outro lado da rua não conseguem colocar os seus carros nas garagens. Alguns já chegaram a dizer que tais pessoas são barbeiras, porque há espaço suficiente... o que não é verdadeiro.(as fotos estão ruins, mas dá para perceber),
21.05.2012 -Rua da Glória 
Rua que desemboca na Rua da Glória
De tanto estacionarem carros nos passeios, alguns moradores tiveram de colocar ferros protegendo os passeios em frente às suas casas, isto depois de terem os canos de água quebrados algumas vezes, devido ao peso dos carros nos canos
.
Mas não foi só na Rua da Glória que teve festa neste final de semana chuvoso, houve também um aniversário de um eterno candidato a vereador, que, embora nunca ganhe a eleição, é muito conhecido no meio político de Camaçari, Município a que Arembepe pertence, somente isto pode justificar que no exato dia do aniversário, a rua que fica entre a Rua da Glória e a Rua principal estivesse sendo capinada, limpa por mais de quatro garis de uma só vez, todos concentrados ali. Isto não teria grandes problemas, embora todos, assim pensa-se, paguem IPTU para ter direito à limpeza da rua, a tratamento de esgotos, escoamento de água, dentre outras coisas necessárias aqui em Arembepe, onde esgotos correm pela rua afora, fossas entupidas estouram e os dejetos são jogados na rua, devido a pouca capacidade para os inúmeros utentes de um “condomínio” não aprovado pela Prefeitura, assim espera-se, que foi crescendo sem que os senhores proprietários se preocupassem com as necessidades fisiológicas dos condôminos. Certamente com o crescimento do condomínio eles pensaram que somente iam alugar as casas a pessoas que estivesse fazendo regimes. Isto tem muito tempo, com chuva ou com sol, a fossa escorre rua adentro e vai parar na pobre e sacrificada Rua da Glória, mas isto, com certeza, não deve preocupar o poder público, os vereadores eleitos por Arembepe, por Camaçari, enfim, as pessoas que teriam obrigação de defender os interesses da comunidade.
Toldo no meio da rua
Rua da Glória manha dia 22.05.2012
Voltando ao aniversário: Pois não é que o candidato a político fechou a rua!  Colocou um toldo de um lado para outro da rua com mesas e cadeiras, fazendo da rua, onde inclusive circula carros, propriedade privada, como se isto fosse a coisa mais natural do mundo, e ninguém fez nada.
E assim Arembepe continua uma terra de ninguém todo mundo faz o que quer, de garagem particular na rua à festa privada também na rua. O engraçado é que, recentemente, Arembepe foi alvo de uma reforma em suas praças, reforma que ainda não acabou e que teve como consequência, tão somente, o acabar com o estacionamento na Praça. As duas Praças ficaram até bonitas, mas desnecessária a reforma, porque precisamos não de praças bonitas e sim de rede de esgotos, de mais escolas, de emprego para os jovens que a cada dia que passa procuram as drogas. Precisamos encontrar um meio de escoar a água da Rua da Glória, e de outras ruas de Arembepe ( a Caraúna esta, mais uma vez, alagada, desta vez a água alcançou até o Vilarejo) para evitar os constantes alagamentos, os prejuízos das famílias que ali residem e que não tem qualquer ajuda do poder público para refazer as suas casas depois das enchentes.
Praça das Amendoieras
É mesmo vergonhoso, ver tanto dinheiro gasto em embelezamento de uma vila, que sem infraestrutura não vai para lugar nenhum.
obra embargada sem solução
Entretanto, a Rua da Glória tem outro grave problema. Uma obra que já tem uns dez anos, foi embargada, parou, mas virou uma ruína em que pessoas entram para “fazer necessidades fisiológicas” “se esconder”, “tomar drogas”, e ninguém faz nada; é como se tudo ali fosse normal e legal.As construções ilegais avançam pela lagoa adentro, mas ninguém faz nada. As construções ilegais acontecem em todos os lados, vizinhos entram no espaço dos outros, sobem casas usando o muro do alheio, mas ninguém faz nada, denuncia-se o fato, mas não vem qualquer fiscal da prefeitura, enfim, é uma verdadeira baderna. As piscinas dos hotéis são esvazeadas e a água acumula-se na Rua da Glória, e a prefeitura municipal não faz nada.
Construção irregular
Mas os políticos querem fazer de Arembepe um cartão postal, uma vila turística. Louvo até a idéia, mas, com certeza, um turista mais atento só virá aqui uma vez, e não mais, porque ninguém quer ver a sua privacidade sendo prejudicada por um poder público inoperante. 
Mais Rua da Glória alagada
Aqui, da Rua da Glória, ilhada tenta-se fazer alguma coisa, por isso vou divulgar as fotos e este resumo dos fatos, esperando que, alguém que tenha alguma influência com os senhores administradores da Prefeitura de Camaçari possa interceder e que eles tomem as providências necessárias para o crescimento desta vila e dos seus habitantes, que com os seus votos ajudam a elegê-los.
esgoto  na Rua da Glória
Mar  revoltado em Arembepe

Socorro!!!!  
Felizmente, mesmo com toda a violência de um dia de chuva, temos o mar para ver e sentir toda a beleza da própria natureza, que não depende de ninguém, só, e exclusivamente, das forças do Universo e de Deus.



quarta-feira, 21 de abril de 2010

A Lagoa transbordou








A Lagoa transbordou
Arembepe amanheceu triste. Do Corre Nu, do outro lado da pista, até o Piruí, tudo alagado. A Lagoa resolveu tomar o seu lugar e a Caraúna encheu. Na Rua da Glória casas alagadas, gente tirando coisas às pressas. Á água subindo a cada hora e fazendo muitos estragos.
O campo, agora, só se poderia jogar pólo aquático, ainda assim, se os peixes e as cobras d água deixassem.
Na Rua da Glória e na Caraúna, quem não tirou o carro da garagem teve ele submerso até mais da metade. Colocaram, tanto no começo, quanto no fim da Rua da Glória, barreiras para que carros não tentassem, sequer, atravessar, pois a cada onda feita com a passagem mais água entrava nas casas.
No meio da rua, pior ainda, a água entrava e não tinha saída e os moradores tentavam salvar o que podiam. A casa de Duinha estava cheia, ela teve de sair deixando as suas coisas e as suas histórias. Do outro lado, em frente à casa dela, na antiga casa de Marione, a água entrava pela garagem e pelo portão e lá mesmo ficava. A pousada agora já poderia oferecer aos hóspedes uma nova atração, pescar sem sair da cama, talvez.
Na porta da minha casa a água cobria o pé, ela nunca tinha alcançado este trecho da rua. Peixes, cardumes deles, circulavam como se aquele fosse o seu habitat natural. Cobras atravessavam, literalmente, a rua. Sapos, não sei se rãs, não importa, mas batráquios(anfíbios) com certeza, pulavam e faziam barulho na água. Muitos sustos e o medo da água subir mais: Na dúvida, tirei o carro da garagem e coloquei na praça, lugar mais alto.
Alguém disse que não podia dar descarga no sanitário, a água não descia. Evidentemente, com o aumento do nível da água tudo transbordou, as fossas estavam cheias. Estávamos proibidos, pela natureza e pelo poder público, de atender as necessidades do corpo.
Com todo este caos me lembrei que ha um projeto de revitalização de Arembepe, o que abrange uma passarela na praia, aquela, da qual já falei: a que liga o nada a lugar nenhum e que serve para retirar de Arembepe o que ela tem de mais bonito, a visão da vida se mostrando em todas as suas cores.
Pois é, lembrando disto comecei a me perguntar: Por que será que, ao invés de se gastar dinheiro com uma passarela inútil, não se faz um serviço de esgoto dentro de Arembepe? Por que não se estuda um meio de algum sistema de drenagem na lagoa para que ela não transborde e cause tantos danos nas épocas das chuvas? Muitas outras perguntas poderiam ser feitas, mas estas já são suficientes, para, mais uma vez, mostrar que não precisamos de passarelas, precisamos de muito mais coisas importantes: Rede de esgoto, sistema de escoamento de águas, escolas, trabalho para os jovens de Arembepe.
Alguns me dirão que Arembepe não foi um caso isolado, que as enchentes aconteceram em todos os lugares, que a chuva provocou estragos em quase todo Brasil, a exemplo de Niterói no Rio de Janeiro, em Lauro de Freitas aqui na Bahia, em muitos outros Estados da Federação: Pernambuco, Aracaju, São Paulo. No Rio, até o Cristo teve de se equilibrar para não cai, certamente ficou tonto, atordoado com o descaso do poder público com os seus filhos. Não agüentou ver tanta morte, não por força da própria natureza, imprevisível, ou previsível nas causas, não nas consequências, e se abalou mesmo, quase cai, tremeu, mas não foi respeitado.
Em Arembepe, com outra dessa, só sobreviveremos se Noé nos recolher com a sua arca, infelizmente, levando apenas dois de cada espécie. Quem serão os escolhidos? Alguém da Caraúna, do Corre Nu, da Rua da Gloria, do Piruí? Enquanto não temos resposta, aliás, posso até imaginar qual seria, pois afinal de contas o poder, num momento deste, mostrar-se-ia com toda a sua força para que a escolha fosse feita nas pessoas certas, aquelas com um maior poder aquisitivo, aquelas com influência que podem mudar o jogo das coisas, mas que, infelizmente trabalham em seu beneficio, embora a natureza sábia, não faça esta distinção, porque ela não escolhe branco ou preto, rico ou pobre, feio ou bonito, homem ou mulher, para mostrar a sua força, o seu poder, que advém de se própria, que não é fabricado por homens que detém o poder, mas não sabem usá-lo em beneficio do povo, único dono deste mesmo poder que eles representam.
Talvez a natureza tenha tentado mostrar o que o povo às vezes esquece: que os seus representantes esqueceram-se do seu dever, que é o de representá-los bem, gerir o dinheiro público com projetos que funcionem e que sejam necessários; obras de infra-estrutura que permitam uma melhor qualidade de vida para o povo brasileiro independente do seu “sotaque”. Obras que não apareçam no exterior, mas que deixem o “interior” de cada cidadão brasileiro tranqüilo, para que ele possa dormir em paz, sem pensar se amanhã vai acordar com a sua casa alagada, com o seu barraco desabando, com a sua família perecendo.
Pois é; No caso específico de Arembepe, esqueçamos as passarelas inúteis e vamos lembrar-nos do povo da vila, deste que agora sofre as conseqüências da natureza inconsequente e da inconsequência do poder público.
Abril de 2010