Em 1988 passei no concurso para a magistratura, antes mesmo de tomar posse, a justiça do trabalho da 5ª. região, promoveu um curso para todos os aprovados no concurso, eu estava ali no meio sem muito entender as coisas, porque eu nunca advogara na justiça do trabalho, só conhecia o fórum Rui Barbosa e a justiça federal, kkkkkkkkkk, mas, por incrível que possa parecer, passei num concurso para juiz do trabalho.
Era mesmo um peixe fora d`água naquele
ambiente em que, quem não advogava na justiça do trabalho era funcionário da
mesma instituição, e foi aí que que me deparei com Tadeu.
Tadeu fora meu colega (contemporâneo)
na UFBA, mas não tínhamos grandes aproximações na faculdade, ele, mais adiantado
que eu, era responsabilíssimo e não tinha tempo para grandes digressões, kkkkkk
principalmente as minhas.
Baixinho de pernas esquisitas que lhe faziam
ficar em pé de uma maneira diferente. Tadeu, segundo soube depois, era um
advogado atuante na justiça do trabalho, fazia parte de um Escritório bastante
conhecido e muito atuante.
Bom O fato é que ele fez o concurso e
ali começou tudo no que se refere a nós dois.
Tadeu passou muito bem, penso que em
terceiro ou quarto lugar, não me lembro, eu estava lá na rabada, até a prova
oral estava no 14 lugar, depois despenquei para vigésimo, mas o Universo me
queria dentro da justiça do trabalho e as vagas que, anteriormente eram 8, com
a criação de novas juntas, passaram, salvo engano, a 23, resultado, quase todos
os aprovados (28) foram chamados e eu no mio deles.
Tomei posse no dia 22 de fevereiro de
1989 e quem estava lá? Tadeu, Sônia, Carlinhos: observem bem - Tadeu. A vida ia
acontecendo e minha amizade com Tadeu aumentado, íamos todos as festas da
amatra, e quem era o meu parceiro de dança? TADEU, deixávamos nossos pares (Luiza
e Carlos) na mesa e íamos dançar, ele dançava debochado, era mesmo para ser
engraçado, e eu topava, mas ele sabia dançar sim e dávamos muitas voltas e fazíamos
piruetas, penso que ele treinava com a Luiza.
Fazíamos passeios juntos, lembro-me de
um deles quando fomos para a morro de São Paulo, no qual os colegas e
amigos ficaram surpresos ao ver o Meu relacionamento com a filha de Tadeu, a Amanda,
que ainda era uma pequerrucha, mas estava sempre colocada em mim. Fizemos
outros passeios ele sempre divertido e com a sua também divertida Luísa. Fomos a Congressos, festas, palestras, enfim,
estávamos de alguma maneira juntos. Nos
demos sempre bem, estávamos em constante contato até porque ele também era
amigo de Sonia.
Veio o zoneamento e eu fiquei zoneada
em Sergipe, onde substitui nas juntas da capital, como também em Maruim (tão
bom que nem lembro como escreve) Lagarto, Itabaiana. Eu substituía Graça
laranjeira, Terezinha, e já não lembro dos demais; o fato é que sempre estava
com o Tadeu em Aracaju onde, após cumpridas as nossas obrigações, saíamos para
jantar em algum Lugar e íamos dançar. Diferentemente de Salvador (talvez
porque aqui eu não sabia ou não tinha oportunidade) tem muitos lugares para
dançar em plena semana.
Íamos e voltávamos todas as semanas,
não me lembro de ter ficado em Aracaju qualquer fim de semana enquanto lá
estive. Normalmente voltávamos de avião (pago com o nosso próprio dinheiro) no
meu caso, como era substituta, acho que o trt pagava a passagem de ônibus, já
não lembro.
Se acaso, não houvesse lugar no voo de
volta, (porque a gente não podia marcar a hora pois não sabíamos nunca a
hora que estaríamos livres para voltar), alugávamos um carro e lá vínhamos nós dois
estradas afora, parando aqui e ali para uma água, uma compra, para um descanso.
Nossa viagem era o muita interessante porque nós cantávamos, contávamos piadas,
falávamos de nossos processos e claro: da vida dos outros, quando não da nossa
própria e foi numa dessas voltas que descobrimos que tínhamos algo em comum: a
formação religiosa kkkkkkkkk: mais dele que meu claro, afinal Tadeu estudava no
seminário, talvez para ser padre, eu nunca tive pretensão a ser freira o que
não impediu que passasse longos 7 anos da minha vida trancafiada em colégio de
freira. Por causa desta descoberta tínhamos muitas coisas a contar e uma delas
foi interessante porque lembramos das festas organizadas pelas escolas (festas
hummm) comemorações de datas cívicas ou religiosas) e muita cantoria nas quais,
indispensável até, as músicas da irmã que esqueci o nome agora, uma freirinha que cantava Dominique. Dominique
tinha uma letra muito positiva, muito alegre e que passava a mensagem de paciência,
do otimismo da felicidade. Rapaz no dia que comecei a cantar isto Tadeu quase
bate o carro de tanto rir, você sabe isto? Perguntava-me entre risos. Claro que
sei, e não só esta e passávamos a berrar dentro do carro as músicas que
aprendemos nos colégios
“Alo, Bom dia! Oh
como vai você? um abraço apertado um sorriso ....(esqueci) um aperto de mãos, e
a gente ..... A cantar esta alegre
canção. Saber dar um bom dia cheio de bondade, é dar bom dia com sinceridade, a
deus se deve amar, amar sem distinção, alo, bom dia irmão” kkkkkkk era bem divertido.
Também em Aracaju nos íamos às compras,
havia uma loja de roupas dentro da fábrica, não vou lembrar o nome e íamos comprar roupas para
todos, eu para os meus, ele para os deles, e, lembro-me uma vez que Tadeu
estava comprando roupas para ele: estava vá moda aquelas calças de homem com
duas preguinhas na frente, ele experimentou uma e saiu do provador para me mostrar e
perguntar se ficava bem; eu achei ótima, mas ele ficava se olhando no espelho
grande e dizia que aquelas preguinhas eram esquisitas além de botar ele gordo.
Eu retrucava:
-Não Tadeu está ótima
E ele nada de querer levar as calças,
então eu disse-lhe:
- Leve besta, com este volume aí na
frente as mulheres vão achar que você tem o cacete grande.
Kkkkkkkkkkkkk a gargalhada de Tadeu foi tão
alta e intensa que ele quase faz xixi nas calças, chamou a atenção das
vendedoras da loja e de todos que ali estavam. Ria eu e ele, mas às gargalhadas
mesmo, mas acho que consegui com este argumento convence-lo, pois ele comprou duas kkkkkkkkkkkkk.
Pois é meu amigo: demos muitas risadas juntos, e espero bem que para onde você seguiu você faça as pessoas rirem como você sabe fazê-lo, faça as pessoas dançarem, faça as pessoas se libertarem de suas prisões e possam viver a plenitude da vida, que para você, enquanto no plano terreno, era a nossa Justiça do trabalho, Luiza e seus filhos.(Ananda e Rodrigo )
À minha maneira, amei e admirei você
muito e só tenho a agradecer ao Universo, ter convivido e repartido com você
momentos tão maravilhosos.