O ano de 2017 não foi um bom ano par mim, aliás, acho que para a
grande maioria dos brasileiros, entretanto não posso dizer que não aconteceram
coisas interessantes: a primeira delas
foi a decisão que tomei de aprender corte e costura. Podem rir! Mas fui
aprender mesmo, e nisto já tenho mais de seis meses no curso. Quem quiser ver a produção pode entrar no
blog e ir no botão costuras e vai ver as
minhas obras de arte. Duvidam! Não duvidem não, é real, tudo que está ali foi
eu quem fez, seja bem feito ou mal feito, é made by mera, estou pensando já em
Mera`s collection, que tal! Kkkkkkkkk;
A calça, umas das primeiras produções |
Pois é, por força desta decisão
conheci uma pessoa que, e ela não imagina quanto, me deixou de queixo caído,
por me dar conta que ainda existem pessoas como ela, quando a gente não mais
acredita em muita coisa, em bondade, em generosidade, em responsabilidade,
enfim, quando a gente está tão escaldada das peças da vida, armadas e
fomentadas por outrem, não pensa jamais que encontrará uma alma boa. Eu
encontrei: não só eu, mas, também, todas as pessoas que fazem o corte e costura
com ela. Estou falando de uma AUXILIADORA, não uma auxiliadora qualquer, mas a
nossa DORA, Maria Auxiliadora Lima, salvo engano, digo salvo engano, porque a
mim não interessa o seu sobrenome, o que me interessa é a DORA, a nossa pró.
Disposta, paciente, responsável,
sincera, atenta, generosa, pronta para ajudar sempre, aliás, com este nome, -
AUXILIADORA, ia fazer mesmo o que, senão auxiliar, dar, ensinar, mostrar?
Vejo o carinho com que as suas
alunas lhe tratam, o que significa que não é só na minha turma que ela é da
maneira que estou falando. As suas alunas a idolatram mesmo. Eu achava muito
engraçado quando alguma delas me dizia “eu já tenho oito anos” aqui com a Dora,
e eu, pensando comigo mesma, achava que
a pessoa que me disse isto fosse
burra, tivesse alguma dificuldade motora, sei lá o que, ou melhor, fosse
igual a mim, pois, mesmo tentando e fazendo de qualquer maneira as peças, eu
continuo não tendo o menor dom para a costura, nenhum mesmo, ando cheia de
furos de alfinetes, agulhas, xingo a máquina, corto tecido que não é para
cortar, se vou desmanchar alguma costura termino cortando o pano, enfim, não
sou nenhuma virtuosa em corte e costura, mas passar oito anos para mim era
mesmo uma derrota total. Nada disto! É
que não se vai ali para aprender corte costura, vai-se ali para aprender a
vida, pois enquanto ali estamos esquecemos mesmo de problemas, certo que eles
retornam logo após cruzarmos o umbral da porta, mas naquele espaço pequenito,
cercados de máquinas de todos os lados, temos a sensação que a vida é melhor,
que podemos ajudar os outros, que podemos dar força a quem precisa, que podemos
ser solidários.
Acho, que mesmo a pessoa mais
prepotente do mundo, ao adentrar naquela porta, tem de descer do salto para
encontrar a humildade, amor, generosidade, porque é isto que naquele espaço
reina. Brincamos, sim brincamos, somos palhaços das nossas próprias histórias,
nos tornamos parceiras, irmãs, amigas. Conferimos as nossas próprias mudanças,
aprendemos a nos auxiliar, quebramos a frieza de alguns, enfim, aprendemos a
ser melhores, tudo isto porque somos auxiliadas por nossa grande AUXILIADORA.
Obrigada Dora, continue com a sua missão de AUXILIAR., Este meu agradecimento,
tenha certeza, é coletivo, acho que cada uma das suas “costuretes”queria te
dizer isto, eu, a mais ousada, a mais sacaninha, a mais desbocada, sem qualquer
procuração, tomo a ousadia de dizer isto. Um beijo imenso.