sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Uma saudade imensa, uma lembrança boa.


Tenho me lembrando bastante de vc, aliás, você será sempre inesquecível. Ê mesmo uma lástima nos ter deixado tão cedo, a mim e
ntão , foi mesmo demasiado cedo. Tínhamos apenas um ano e meio de convivência quando te fostes de maneira tão repentina,deixando está imensa lacuna que dificilmente vai ser preenchida; lógico que não posso parar, tenho de continuar a vida, mas como gostaria que tu aqui estivesses

Como era bom me arrumar para sair com você; como era bom receber o seu olhar, até hoje inigualável. Ah o teu olhar! Ficava  ruborizada todas as vezes que os seus olhos negros se fixavam em mim e nos meus a transmitir toda a aprovação: me olhavam em todos os detalhes., eu sabia o que querias dizer-me com os teus olhos: ah como sabia! então tu sabias que estava prontinha para ti. Nua, embora vestida, eu já me percebia sendo amada por ti, amada  no sentido carnal, que se mostrava intenso, quando juntos tínhamos os nossos gozos sincronizados nas notas do amor. Tão bom meu querido, tão bom.

Tu me fizestes renascer, quando eu achava que nada mais despertaria a minha vontade de amar, de ter um companheiro, um Homem, tu me aparecestes com a tua tez morena, com O seu bigodão e com seus negros olhos, a mim me parecia que tihas saído da música cantada pela Amália e se materializado diante de mim. Realmente o homem dos meus encantos que me mentia, mas que eu amava tanto; não posso garantir que mentiste-me, mas, desde já,estás perdoado, pois não posso  deixar de perdoar o homem que me fez resgatar o meu melhor como mulher, um Homem que,  sem falar, me dizia do amor que tinha em gestos, em olhares em Toques, e que toques! Os melhores que tive até aquele momento em que te conheci. Como gostava de ouvir o som do motor do Mercedes, eu o identificava de longe e dizia para minha amiga : olhe ele chegou. Ela, duvidando ,ia até a varanda e lá estava o Mercedes bege.

 Descia toda feliz, saltitante, parecia uma adolescente apaixonada, era maravilhoso abrir a porta do carro e encontrar o teu sorriso, sorriso encoberto pelo bigodão, mas descoberto nos olhos. Era bom demais, e os beijos! ah os teus beijos que pareciam querer sugar minha alma pela boca! E o seu tesão tão demonstrado, nunca fizestes questão de esconde-lo, as vezes ele te traia em Lugares públicos, nada que aquele caso preto de couro não pudesse esconder, se não esconder ao menos disfarçar, o que se tornava muito difícil quando dançávamos: aí sim era uma zorra, tínhamos sempre de sair  do salão agarrados, você atrás de mim, bem junto ao meu corpo, com as mãos enlaçadas no meu pescoço, acho que todos notavam o que nós tentávamos esconder kkkkkk

Ficavas assim até  que pudesses afastar-te e andar ao meu lado de mãos dadas como sempre andávamos nesta amada Lisboa.

Sim!  e os nossos recantos de amor? tínhamos vários lembras? Setúbal, Sesimbra, Caparica, fonte da telha. Areeiro enfim, como Nos amávamos, um Amor tão puro, tão vivido, tão forte. Como era duro para ti quando eu tinha de vim ao Brasi! Ficavas arrasado, mas nunca pediste-me que não o fizesse, sabias que   tinha de fazê-lo.

E pronto:  foi numa destas minhas vindas que vi-te pela última vez, no aeroporto da Portela, onde com um breve aceno entrei na sala de embarque. Eu chorava, tu não sei, talvez de uma maneira qualquer, eu tinha a intuição de que aquela seria a última vez que via os teus olhos negros me mirarem, e com a tua maneira peculiar, a me dizerem:  amo-te, volta: estou à tua espera.

Entretanto, quem ficou à tua espera foi eu, porque partistes sem   dizer-me adeus, sem que eu pudesse, ao menos, usufruir mais uma vez de nossos momentos e de ver, nos teus olhos, a intensidade do teu amor.

Só me resta lembrar-te e agradecer-te por me ter feito muito feliz.,


segunda-feira, 4 de setembro de 2023

EM MIM

 




Começastes a devorar-me com os olhos. ]

Sentia o desejo, o tesão a cada olhada tua. 

Depois continuastes a devorar-me com a tua boca, quando beijava-me e a sua língua parecia querer descobrir cada recanto de mim. 

Após, as tuas mãos tocaram o meu corpo, mãos quentes, experientes, tocando cada parte dele numa maestria singular, tirando dele uma melodia inédita a cada vez que estávamos juntos. 

A seguir, percorrestes meu corpo com a tua língua, tornando-me uma cachoeira e, finalmente, encheste-me de ti,

Eu estava completa de ti, cada parte de mim estava preenchida por ti, o corpo amoldado ao teu sempre trêmulo a cada toque, nos fundíamos a cada encontro, parecíamos ser o outro quando juntos estávamos, sim porque nós nos fazíamos do outro para sermos um ser único.

Depois de possuir-me, tomastes de assalto a minha alma, passei a amar-te deliciosamente e, ainda que quisesse que este amor fosse silencioso, ele, indiscretamente, falava através de olhos, gestos, corpo inteiro. 

Quando estavas em mim, e sentia-me pulsar, tinhas a noção de todo ele.

 Em ti só desejo de mim, do meu corpo do que ele nos proporcionava, mas, um dia qualquer, estavas todo em mim, e senti as batidas do teu coração e percebi que, também ele, tinha o mesmo compasso do meu, está simbiose de nós foi mesmo infinita enquanto durou.

ASÍ FUE XVI


 

Tomei coragem: quero ver a cara deste homem de qualquer das maneiras. Decidi que, na primeira oportunidade eu faria uma chamada de vídeo, mas isto tinha de ser feito na hora certa, porque tinha de ser de primeira, efeito surpresa mesmo, e então esperei até o final de semana, enquanto isto continuava a falar com o Luís, a me deliciar com tudo, estava mesmo envolvida e achando que ele era um Presente do universo para mim. Me peguei muitas vezes pensando quão completo ele era, tipo assim: o que ele tinha de bom de fulano? De beltrano, de sicrano, tirei as qualidades boas dos amores que passaram por mim e as vi, acreditem, todas nele. Mas o ser humano tem defeitos, qualquer um deles, mas eu não encontrava, ao menos virtualmente.

O Luís tinha muitas qualidades, mas a que mais me encantava mesmo era o saber seduzir uma mulher, saber dizer as palavras certas nas horas certas. Eu estava visivelmente encantada. Bom o fato é que eu tinha decidido ligar e o faria em breve

Conversei com o Luís muitas vezes durante a semana, em todos os dias esperava o Meu bom dia. Ele, tal qual a mim, também era um madrugador, o ruim disto era que, a minha madrugada era posterior a dele, e eu estava me acostumando a acordar às duas da manhã, para falar com ele às cinco, quando não antes disto, todavia, valia a pena pois não é todo dia que se acorda com os bons dias que eu recebia.  Aliás, no primeiro dia que vi isto falei para mim mesma: está na hora, este cara vai querer sexo virtual, e olhe que, apesar das minhas restrições quanto a isto, não pelo sexo em si, mas pelo medo desta exposição via internet, já estava me acostumando com a possibilidade

 Diriam vocês, mas o que fazer quando se chega a determinada idade e encontra alguém que vc pensa que está procurando há, minimamente, um século, ou mais? Vidas passadas?

O século é real, percebam que eu passei o século kkkkkkkk; bom, mas ao que parece a virada do século me piorou em termos de ilusões, eu que me achava uma pessoa com os pés no chão, agora andava mesmo idealizando muitas coisas, e em todas o meu Luís estava presente.

Algumas vezes eu tinha a nítida impressão que as coisas (eu e o Luís) já tinham acontecido, só pode ser, porque a sensação que tinha era que muitos momentos atuais já tinham sido vividos e que o nosso conhecimento não era de agora.

 A cada dia que passava eu ia me deixando envolver por aquele homem sedutor, torcia mesmo para que ele não fosse a mesma pessoa por quem a minha amiga estava visivelmente apaixonada; um dia, falando com ela, disse-me que estava explodindo de amor e tesão pelo Francisco, que andava contando os dias para setembro chegar, e era exatamente assim que eu estava esperando talvez o melhor setembro dos últimos anos chegar. Em setembro eu estaria com o Luís aí vivo. Setembro?  Ao mesmo tempo que tinha estes pensamentos, estas idealizações, ficava questionando se eu queria mesmo fazer isto comigo, pois se ele fosse a mesma pessoa da minha amiga, a decepção seria enorme, eu certamente iria assumir este amargor sozinha; jamais contaria isto para ela admitiria isto para ela.

Todavia, para que falar de coisas tristes? Afinal Meu Luís era vida, desejos, sonhos, e continuava eu a alimentar tudo, a sonhar acordada, a idealizar os nossos momentos em Lisboa, andando de mãos dadas pelas ruas como dois adolescentes, com gestos furtivos a nos tocar, a no olhar com olhos brilhantes, a ver o desejo se apresentando sem pudor. Passei mesmo a acreditar nisto e mais ainda quando a reciprocidade me chegava nas palavras que o Meu Luís, ou a responder a alguma colocação ou se antecipando a elas dizia-me coisas maravilhosas, assim pois, por tudo isto, eu tinha de ver este homem e liguei:

 Deus! Que aflição! Mas vi o homem com quem estava a dormir e acordar todo ia dias: No jeito bem português:

 Ah então é ela!

E eu meio sem graça: -Está tudo bem, me parece bem surpreso!

- Então não é para estar? Eu não estava nada a espera! Mas que bom que ligastes

Percebi que ele estava visivelmente emocionado, tanto quanto eu que estava a tremer, mas, ainda assim, pude visualizar o pano de fundo e percebi que ele estava sentado à mesa, o ambiente meio escuro, onde predominava os tons de marrom, que deduzi ser dos móveis: exatamente atrás dele havia um móvel (um aparador, acho eu) sobre ele um espelho grande que refletia o vaso de flores, penso que copos de leite.

O Luís era um senhor homem, traços fortes, um sorriso franco e, como eu, com uma expressividade facial fantástica, dava para ver não só a surpresa mesmo, mas a sua quase euforia ao me vir.

- Estás bem corada disse-me ele, e eu que bem sabia o o motivo, mas disse-lhe que estava no sol, o que não era uma mentira, mas eu estava vermelha era de vergonha mesmo kkkkkkkk, este mi há parte tímida, a que ninguém crê que tenho, se fez presente naquele momento,

Comentei que estava num restaurante à beira do mar, e que o dia estava quente e lindo   até mostrei-lhe e estava tomando um drink.

Sim eu estava tomando uma drink sozinha, comemorando o meu novo “modus” de amar, amor sem toques, apenas visual, mas que, até então, dava-me muito prazer e me fazia feliz.

Por algum motivo a ligação caiu, fiquei a espera dele retornar, o que não aconteceu de imediato, depois já não pude falar, o João veio sentar-se à mesa comigo e ficamos conversando e eu nem mesmo olhei o celular, embora, não nego, estava hiper curiosa...