Assistiu ao filme “Comer Rezar e
Amar”. O filme nada tem de glamoroso, mas é uma estória de amor daquelas
americanas com o final feliz que enche as vistas. Primeiramente os atores já
levam 70%, ou mais, dos espectadores ao delírio, Julia Roberts e o “homaço” espanhol
Javier Barden: ah como queria ela hablar bien español e decir in suyo oído com
aquela sensualidade espanhola: "Javier
te quiero, dejame amarte, estoy lista”.
“PUERRA” isto é que era bom. Les gustou o “puerra”? Pensa que poderia
dizer “hijo de una puta madre”,
pero es mejor puerra, pois os leitores saberão de que ela fala,
perfeitamente. Bueno, mas voltemos ao
filme. Há muitas partes engraçadas nele,
mui principalmente a fome selvagem que a protagonista tem, a ponto de um dos
aventureiros lhe chamar de “grocery”.
O começo pelas ruas da Itália é
qualquer coisa de maravilhoso, tem muitas saudades, até mesmo do hotel “SMERALDO”
em que, além de ter a presença de uma amiga no quarto, nada conveniente, uma
vez que estava com o seu marido e queria fazer um amorzinho à italiana, o que
foi impedido pela presença querida, mas incomoda da amiga que vivia na Itália, o quarto ficava no final do corredor, o hotel, reservado pela amiga, que com
toda a boa vontade, e sabendo das dificuldades de outrora, fez a reserva num hotel
bem barato, mas que era tipo um albergue: muitos quartos em cada andar, com um
banheiro coletivo, no final do corredor. Triste escolha, pois apesar de estarem
instalados num quarto com banheiro privado, este ficava exatamente ao lado do
banheiro coletivo, resultado: nada de dormir com as idas e vindas dos demais
hóspedes à casa de banho, sem contar com os gritos de “amor” do casal
homossexual que estava no quarto ao lado. Final: uma péssima noite e um mau
humor insuportável no dia seguinte, compensado, entretanto, pelo passeio em
Roma, com direito a subida nas escadarias da Piazza di Espagna (pensa que é assim), Piazza Navona,
Campi de Fiori, dentre outros, e finalmente, a “Via Appia”, para onde foram
quando encontraram um hotel familiar, pequenino, mas com quartos decentes, com
um único defeito: os donos não pareciam gostar que os hóspedes tomassem muitos
banhos, tanto que desligaram, diversas vezes, o aquecedor, fazendo com que, ela e
o marido, acostumados a banhos em várias horas do dia, tomassem banho frio na
madrugada fria.
Sim, o filme fez com que ela
divagasse, voltasse àquele tempo que nunca mais voltará, poderá, o que
certamente ocorrerá dentro em breve, voltar à Roma, mas não será nunca a mesma
coisa, até porque, o companheiro da época já não é tão companheiro assim para
fazer uma viagem a dois. Hoje, certamente, não aceitaria uma intrusa, por mais
amiga que fosse no quarto do casal.
Volta ao filme exatamente no
momento em que a atriz conhece o espanhol. Puta que pariu! O homem é mesmo a
sensualidade em pessoa, o olhar, o corpo, as mãos, a boca, o riso safado. Tudo
nele lembra-lhe alguém que há muito desapareceu, até mesmo a nacionalidade. E
pergunta-se, porque a Penélope Cruz esperou tanto? E ela lembra que viu um filme
há séculos atrás com os dois, o nome do filme era “Jámon, Jámon”, ela era bem
menina ainda, mas ele, embora mais
jovem, tinha a mesma sensualidade atual.
Vai se interessando pelo filme
mesmo, a vontade de ver os dois protagonistas juntos lhe deixava excitada.
Ficava imaginando como seria a cena de amor entre os dois, os olhos deles
faiscavam quando se encontravam, mas ela tinha medo e a coisa ia sendo adiada,
até que finalmente acontece, uma cena maravilhosa.
Todavia o filme não acaba aí, e a
estória dos dois se prolonga, e ela vê a cena em que a mulher vai até uma
curandeira para dizer que está com medo, que ela fez tanto amor que esta com
algum problema vaginal, está ardendo. Neste exato momento a ficha cai, e ela
sai dali e volta no tempo. Lembra que depois de muito tempo sem ter um homem,
finalmente conhece alguém com quem vale a pena ter, ao menos, uma “relação
sexual” e ela vai em frente. Se sente
linda, pois já estava entregando os pontos, pensava que ninguém mais olharia
para ela, que ela jamais despertaria o desejo ou a atenção de alguém. Ledo
Engano! Ela não só despertara a atenção como o desejo, talvez o seu próprio refletido
no outro, mas a coisa andou bem. Demorou um pouco para que ela aceitasse o fato
de que precisava ir para a cama com alguém, ela estava assustada e com medo, afinal
já se passara muitos anos e ela achava que não saberia se comportar diante de
outro homem: perdera a naturalidade nos atos.
O fato é que o desejo demonstrado
pelo “senhor - rapaz”, que era mais novo que ela, lhe contagiou, e ela se viu
andando de mãos dadas pelas ruas, sendo beijada em lugares públicos, embora não
gostasse muito disto, tendo o seu corpo acariciado furtivamente, os cabelos
cheirados. Era mesmo uma grande e agradável novidade. Sentir o tesão de um
homem ao dançar é um dos melhores momentos para uma mulher, isto quando ela tem
algum envolvimento com o par, pois não é com qualquer um que a pessoa pode se
dar a este direito, mas com ele não, ele era diferente, ela bem o sabia.
O tesão dele teve que aguardar um
pouco, o dela também, afinal não podia ser assim, tudo tão rápido. E a coisa
foi crescendo, agora até uma pegada na mão já era motivo para um arrepio, o
beijo molhado, sua língua sendo sugada deixavam-na completamente alucinada e
ela sabia que não podia demorar mais. E aconteceu, num daqueles dias despretensiosos
em que se acha que nada vai acontecer, depois de algumas visitas às Igrejas
famosas, de um belo almoço, de uns copos a mais e de uma dançada no “privado” e,
sem muitas palavras, ela foi para a casa dele, era como se aquilo fosse a coisa
mais natural possível, e foi efetivamente: o que não foi nada natural foi o seu
sangramento, dir-se-ia que ela era virgem, caso não soubesse o parceiro da
existência de filhos. Pois não é que sangrou mesmo! E não só, também ficou incomodada
por alguns dias; não que o cidadão fosse grosseiro ou avantajado, ou qualquer
coisa, o problema era ela, que se deixou atrofiar, achando que com isto poderia
estar se preservando, se guardando não sabe bem para que.
É, mas o sangramento parou, as
dores desapareceram e o amor foi feito, muitas vezes, em um lugar do mundo, que
não precisa ser definido, apenas lembrado por quem interessa. Não conseguiu nenhum Javier Barden, mas teve o
seu “Adônis”, perfeito exemplar da sensualidade num corpo musculado de
menino-homem. E salve a bebida, a oração, a comida (em todas as suas variantes)
e ao amor. Vivas à liberdade!!!!