“A wulombe ri nandziya ha roche “Este é um proverbio changana – uma etnia africana – que
significa: A verdade pode tardar, mas sempre chega.
Pois é, em 2010 eu escrevi um texto e o terminei com este
provérbio. Hoje começo um novo texto com ele, para confirmar exatamente isto; A
verdade tarda, mas não falta.
Após 32 anos a verdade veio à tona. Um recurso biotecnológico
resolveu uma dúvida que amargurou a vida de, ao menos, três pessoas. Cada uma
delas de uma maneira cruel e especial. Um pai, uma mãe e um filho.
Um teste de DNA que só foi feito porque a Justiça obrigou um
dos envolvidos a fazê-lo, terminou com a dúvida de um dos participantes desta
relação triangular: o pai. A este pai se atribuiu uma paternidade que foi assumida
até quando o filho, maior, estudante de direito, resolveu solicitar alimentos.
Diga-se de passagem, alimentos que foram pagos, mesmo com os pais separados,
até aos 18 anos. Como ainda era universitário, a lei se fez cumprir, e o pai
foi obrigado a pagar a pensão. Mais uma
vez, apesar de indignado, o pai que era taxado de tudo que não presta:
miserável, egoísta, filho da puta, dentre outros predicados que agora não
interessam, pagou os alimentos, mas, em
audiência, fez uma exigência ao Juízo, que o filho se submetesse a um exame de
paternidade porque ele, ainda hoje, tinha dúvidas de que aquele rebento era mesmo seu filho.
Observe-se bem, este homem, durante 24 anos de sua vida, com
todas as dúvidas de que aquele menino era seu filho, o ajudou na sua formação seja física ou
intelectual, pagou, claro que resmungando muito, contrafeito da vida, a pensão
que levou o alimentado a ser um advogado
e a saber das consequências de todos os
seus atos e os da sua adorada mãe, tanto
que, quando foi designado o exame, recusou-se a fazê-lo, só o fazendo quando
realmente obrigado pela Justiça
O resultado saiu recentemente, e sabe qual foi; Negativo
100%, confirmando a impossibilidade daquela criatura ser filho daquele que lhe
atribuíram como pai.
E agora? O que vai ser
deste rapaz, que nutria um ódio mortal pelo que lhe diziam ser seu pai? Ódio
este alimentado pela ira de sua mãe, que não conseguira ficar com o agora,
pseudo pai, sacaneando-lhe a vida em todos os sentidos. No dia em que descobriu uma nova namorada do
homem, mandou-lhe um presente: Uma caixa
com um coração de algum bicho atravessado por uma flecha, ou sei lá o que.
Cheia de exigências ganhou “de graça” um apartamento de
cobertura num bom bairro de Salvador além da tão significativa e sustentadora
pensão que recebia em nome do filho, enquanto este era menor.
O que esta senhora tem a dizer agora? Como vai justificar ao
filho que a esta altura, deve ter sido feito por obra e graça do espírito
santo, quem é o seu verdadeiro pai e qual a necessidade de uma mentira que
durou 32 anos? Como justificar o ódio
mortal a quem, por pior que tenha sido para ela, sustentou a sua mentira por
tantos anos, mesmo sem o saber, apenas com a dúvida de que algo errado existia, pois, sabidamente, nunca poderia ter filhos, aliás, não os fez
em nenhuma das mulheres que teve, apenas esta
senhora bicuda e chata conseguira esta proeza, em apenas alguns
dias de
relacionamento.
Evidente que o pseudo
pai ficou feliz, afinal sempre quisera um filho e este estava lhe sendo dado de
bandeja, ele jamais poderia perder esta chance de fazer um herdeiro, mas não
custava nada ter feito o DNA logo logo no nascimento, mas naquele momento deveria
estar tão feliz, e talvez apaixonado pela bicuda que não lhe passou pela cabeça
isto.
O tempo foi passando, o menino quanto mais crescido, mas demonstrava
características que nada tinham a ver com o pseudo pai, seja fisicamente, seja
mentalmente. Não havia nenhuma
semelhança. Isto foi se refletindo no
tratamento que o pai lhe dava, a criança crescera desconfiada sempre, não
olhava de frente para ninguém. Chamava o
pseudo pai pelo nome, talvez prenunciando o que estaria por vim.
Bom o fato é que, depois da separação dos pais a distancia
aumentou entre o pseudo pai e o pseudo
filho, que cresceu com o ódio e a raiva daquele que lhe sustentou
indevidamente, porque nunca o gerara, e, portanto não tinha obrigação alguma de
fazê-lo, alimentado pela raiva e ódio da
mãe, que possivelmente nunca amou aquele homem, apenas se aproveitou dele para
a tirar de uma situação crítica, pois segundo ela, quando a mãe descobriu que
ela estava gravida a expulsou de casa, o que hoje se dúvida também.
Não sei se a senhora mãe ainda está viva, mas gostaria de ver
qual seria a sua reação ao saber do resultado deste teste. O que ela iria
fazer, ela que desprezava o pseudo pai, lhe achinava, lhe chamava de moleque,
dentre tantas coisas que tivemos conhecimento no decorrer da relação daqueles
dois, que jamais deveriam ter se unido?
O que está passando agora pela cabeça desse rapaz, que teve a
vida completamente destruída por uma mãe irresponsável, uma m mulher mentirosa,
aproveitadora, que enganou a tantos, esquecendo-se que um dia a verdade viria``
a tona.
O que vai fazer esta mulher mãe agora, vendo o seu filho arrasado,
é o que acho que ele ficou e ficará durante muito tempo ao descobrir, descobrir
não, confirmar, que verdadeiramente aquele pseudo pai não era mesmo o seu genitor?
Deus os ajude, sinceramente, Deus os ajude. E continue ajudando
aquele que, sem qualquer obrigação, ao menos durante 25 anos sustentou alguém
que nada tinha a ver consigo, alguém que o odiou sempre, mas isto não impediu
que assegurasse a subsitência dessa
pessoa.mpo.
Não queria ser n nenhum dos três. A primeira por ser mentirosa e agora vai
pagar caro pelo erro que cometeu. O
rapaz porque, se tinha problemas psíquicos, certamente os terá aumentados com
esta descoberta – confirmação do óbvio, por ser a sua mãe uma mentirosa, e o pseudo pai pela revolta de ter sido
explorado durante tanto tempo.
Dos três, o único que apesar de ser considerado o pior da
estória, é que evidentemente será o mais facilmente perdoado, pois com certeza
terá a grandeza e a generosidade de nada exigir, o que passou, passou. Pedir tudo que gastou de volta nunca vai
apagar o fato de ter sido enganado tão descaradamente por uma mulher que talvez
um dia tenha amado, mas que não teve qualquer princípio, seja ético ou moral.
Que Deus os ajude.