-Não sei mãe, vamos ver?
-Mas este vai ser o último.
-Porra minha mãe, todo ano esta
história de último, e eu acredito e no ano seguinte, oi de novo a mesma estória.”
Era assim durante muitos anos, o
mês de junho começava e lá vinha a ladainha. O aniversário, festa, muita bebida,
muita comida, muita música, tudo porque aquele era o último.
Sabe que eu até, de um
determinado tempo em diante, fazia o aniversário mesmo porque achava que era o
último e nesta brincadeira, passei uns doze ou mais anos fazendo aniversário de
minha mãe.
Sempre uma feijoada, uma feijoada
imensa. Ela já não podendo ajudar em nada, de sua cadeira de roda observava
tudo e esperava a hora dos amigos chegarem, esses que sempre lhe foram fiéis.
A casa enchia, havia música
mesmo. As últimas festas foram em Arembepe, mas a casa ficava cheia do mesmo
jeito.