O dia não amanheceu nem melhor,
nem pior, que os outros. Não posso sair para andar, estou proibida de tomar sol,
e, mesmo com o protetor solar, não vou arriscar.
O que faço para compensar este
intervalo de uma hora da minha caminhada matinal, que ocorre, sempre, entre 06h15min/06h30min
e 07h15min/07h30min? Ler ou escrever: sempre estas opções são as primeiras que
aparecem. Tenho de fazer isto para não pensar muito, não rememorar os
problemas, eles não se afastam, se impõem de uma maneira tal, que parece que já
estão mesmo incrustados no meu ser.
Mas tenho de fazer algo para que eles se
afastem um pouco, me deixem em paz, ao menos ao amanhecer de um dia que,
certamente, não será igual aos demais, porque o tempo não permite isto, nada é
igual ao que foi ontem e nem o que será amanhã, ao menos uma coisa diferente
ocorrerá. Ontem éramos mais jovens de que hoje, hoje somos mais novos que
amanhã, e o tempo vai passando, criando diferenças, melhores, piores, mas
diferenças. Ah se não fosse o tempo! Se ficássemos na mesmice de sempre a olhar
a mesma paisagem todos os dias, a não ver progresso, a não ver mudanças em
nada. O que seria de nós se este nosso maravilhoso aliado não estivesse ao
nosso lado sempre. Será que agüentaríamos? Certamente que não. A rotina, que se bem observarmos, não é tão
rotina assim, porque não conseguimos fazer tudo igual ao que foi ontem de
maneira alguma nos levaria, com certeza, à loucura. Podemos ter esta ilusão; sim, podemos e
temos, mas não é a real, tenham a certeza.
Ao amanhecer a diferença já se estabelece
ao lembrarmos-nos do nosso sonho, quando temos algum, ela está marcada, lógico
que existem alguns que tem a capacidade de ter um mesmo sonho muitas vezes, mas
certamente eles não se lembram dos detalhes, pois se lembrassem a diferença se
imporia. O sonho pode ter um mesmo objeto, até mesmo um objetivo, mas ele
jamais será igual em todos os seus aspectos.
Ao levantarmos, ou até mesmo, quando estamos ainda na cama naquela
madorna entre o acordar e o desejo de ainda ficar ali na cama, protegidos,
relaxados, sonhando acordados até, ou fazendo coisas bem melhores de que tudo
isto junto ao lado de e com quem amamos, a diversidade se mostra. Se estivermos
preocupados, claro, a preocupação em algum momento, se torna uma esperança de
que o problema será resolvido. O decorrer do dia pode até aumentar a ansiedade
para encontramos uma solução, mas acordamos esperançosos e nada vai ser igual
ao ontem. Tenham a certeza; mesmo achando que um dia atrás do outro é igual, não
é.
Bom, mas o fato é que acordei e
não posso ir andar, apesar de cedo o sol já está brilhando e quente, e não iria
me arriscar de maneira alguma. Que faço? Ligo a máquina e vou ver as manchetes
da página da UOL, Puta que pariu! Com o que me deparo? Eduardo Cunha e Haddad (acho
que este é o nome) vão tentar derrubar a decisão do Supremo Tribunal Federal
sobre o pagamento dos precatórios. Fico
olhando a manchete sem querer abrir o texto. Puxa vida! Este país não vai ter
jeito nunca! Que pensam os senhores políticos que são? Então os precatórios,
débitos dos entes públicos para com cidadãos, para com pessoas jurídicas que
lhe prestaram serviços, resultado certamente de má administração do dinheiro
público, não devem ser pagos? Por quanto tempo os credores poderão esperar?
Está correto isto? Pior que isto: os dois políticos em questão vão articular
meios para inviabilizar que a decisão do Supremo possa ter efeitos. Pasmem! Estão
pensando em uma Emenda Constitucional.
Penso que estou ainda sonhando, que não acordei. Mas infelizmente é isto
mesmo. Para uma coisa isto serve, para confirmar que o dia de ontem não vai ser
igual à de hoje, um novo caminho para burlar a lei, para prejudicar o cidadão
aparece.
Desisto, incrédula, de ler a
reportagem até o seu final e pulo para o face book, quem sabe leio algum
comentário a respeito da beleza da minha fantasia de espanhola, ou alguma coisa
que me traga mais alento de que as jogadas políticas, mas infelizmente, vejo
uma manchete que me chama atenção, e para não fugir à regra, trata de política,
fala sobre o perfil do homem que está cotado para assumir a pasta da educação,
ou já assumiu, não sei bem. O homem é filósofo e professor aposentado. Não o conheço se ouvi falar dele algum dia
não me recordo, também, que diferença faz isto! Mas penso que deve ser uma
pessoa importante e que tenha qualidades suficientes para assumir a pasta. Interesso-me,
afinal se o nome foi aprovado mesmo, monocraticamente pela presidente, como sói
acontecer, e me deparo, de cara com um texto por ele escrito em que há uma
defesa da Presidente (a), tenho que me desculpar logo por discordar da
modificação autoritariamente impingida pela presidente, em que o ministeriável
exalta as qualidades da Sra. Dilma Roussef no que se refere à sua intransigência
em relação à corrupção, e de, por força disto, deixar de ouvir a opinião dos
demais, a manter algum diálogo. Acusa-nos, a nós todos, brasileiros, de uma
conivência com a própria corrupção e de “odiarmos” hoje a nossa presidente (a)
exatamente por ela ter coragem de enfrentar, ainda que de maneira monocrática e
autoritária, isto é sem dialogo, os corruptos, coisa de que temos vergonha,
pois preferíamos esconder tudo isto. “talvez ela cause tanta rejeição porque
nos mostre, às escancaras, um dilema que queremos esconder de nós”. Qual o que?
Eu quero esconder nada. Tenho vergonha sim de tudo que está ocorrendo, mas não
quero nada escondido, quero que tudo fique provado e que todos os responsáveis
sejam punidos, e aí: se chegar até a presidente, o que não é muito distante,
afinal quem é eleito com dinheiro que não tem origem muito lá recomendável, vai
ter de sofrer as conseqüências disto.
Fico querendo entender o texto,
pois acho que ali está dito que além de nos tornamos todos, na visão do
distinto ministeriável, coniventes com a corrupção, também somos completamente
ignorantes, quando não entendemos que a falta de diálogo da presidente com os
demais setores da sociedade, aí estou incluído o poder legislativo, é
exatamente porque ela não quer dialogar com corruptos, ou seja, o nosso
legislativo, embora tenhamos uma grande quantidade de corruptos dele fazendo
parte, é um antro de “marginais” que nós, brasileiros, infelizmente elegemos.
Parece que devemos entender, de
acordo com o autor, que se forem corruptos, não podemos exigir da presidente
que ela dialogue, faça acordos políticos, etc., com eles, como se fosse
possível fazer política desta maneira, governar uns pais sem estes acordos, que
inclusive elegeram a Sra. Presidente e tantos quantos participam do seu “staff”
estafante, não sei se me faço entender, ou se não consigo alcançar o pensamento
filosófico do autor.
Sinceramente! Eu não sei o que
pensar, inclusive porque esta defesa da presidente se deu antes da indicação do
nome para a pasta da educação: Será que foi esta defesa que fez com que este
senhor fosse lembrado? É bom recordar que, como o autor do texto, estamos no
campo das suposições, como ele próprio tenta nos fazer entender, porque ali ele
nos induz a pensar no que as atitudes da
presidente(a) podem representar, ou seja, por que ela age desta ou daquela forma.
Louvável a defesa, mas não convence ao menos a mim. Com corruptos ou não, há
que se ter diálogo, até porque, primeiro não há só corruptos dentro do legislativo, segundo porque,
corruptos ou não, são os representantes
do povo (desgraçadamente escolhidos) mas são, e o isolamento da Sra.
presidente, que não é onipresente, onipotente e nem onisciente, embora
prepotente, lhe deixa numa situação
desfavorável diante do povo, que
pasmem! Não na sua inteira maioria, mas em uma boa maioria, lhe elegeu, ainda que
com dinheiro da corrupção, que ela diz combater. Por que somente agora?
Sai um mal educado, seja politicamente, seja individualmente, o antigo ministro da
educação deu o exemplo da má educação. Entra, se entrar, um educador, um
defensor de quem vai lhe nomear, alguém
que quer esconder o sol com a peneira, que conhece o verbo, com certeza
conhece, mas as palavras são palavras, o discurso sempre é fantástico, nele
podemos dizer tudo, elaborar projetos,
fazer suposições, criar expectativas, enfim, mas a pratica é muito diferente, e
é nela que ele vai atuar,vai lhe dar com
corruptos, com números, com gente que
precisa ser educada, para que possa, um dia, ao contrário do que pensa hoje o Sr
ministeriável, não transferir para o presidente os seus recalques e as suas
vergonhas.
Com o diz o autor: Será que
desejamos o impossível?
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