sábado, 28 de março de 2015

Será possível?

O dia não amanheceu nem melhor, nem pior, que os outros. Não posso sair para andar, estou proibida de tomar sol, e, mesmo com o protetor solar, não vou arriscar.
O que faço para compensar este intervalo de uma hora da minha caminhada matinal, que ocorre, sempre, entre 06h15min/06h30min e 07h15min/07h30min? Ler ou escrever: sempre estas opções são as primeiras que aparecem. Tenho de fazer isto para não pensar muito, não rememorar os problemas, eles não se afastam, se impõem de uma maneira tal, que parece que já estão mesmo incrustados no meu ser.
Mas tenho de fazer algo para que eles se afastem um pouco, me deixem em paz, ao menos ao amanhecer de um dia que, certamente, não será igual aos demais, porque o tempo não permite isto, nada é igual ao que foi ontem e nem o que será amanhã, ao menos uma coisa diferente ocorrerá. Ontem éramos mais jovens de que hoje, hoje somos mais novos que amanhã, e o tempo vai passando, criando diferenças, melhores, piores, mas diferenças. Ah se não fosse o tempo! Se ficássemos na mesmice de sempre a olhar a mesma paisagem todos os dias, a não ver progresso, a não ver mudanças em nada. O que seria de nós se este nosso maravilhoso aliado não estivesse ao nosso lado sempre. Será que agüentaríamos? Certamente que não.  A rotina, que se bem observarmos, não é tão rotina assim, porque não conseguimos fazer tudo igual ao que foi ontem de maneira alguma nos levaria, com certeza, à loucura.  Podemos ter esta ilusão; sim, podemos e temos, mas não é a real, tenham a certeza. 
Ao amanhecer a diferença já se estabelece ao lembrarmos-nos do nosso sonho, quando temos algum, ela está marcada, lógico que existem alguns que tem a capacidade de ter um mesmo sonho muitas vezes, mas certamente eles não se lembram dos detalhes, pois se lembrassem a diferença se imporia. O sonho pode ter um mesmo objeto, até mesmo um objetivo, mas ele jamais será igual em todos os seus aspectos.  Ao levantarmos, ou até mesmo, quando estamos ainda na cama naquela madorna entre o acordar e o desejo de ainda ficar ali na cama, protegidos, relaxados, sonhando acordados até, ou fazendo coisas bem melhores de que tudo isto junto ao lado de e com quem amamos, a diversidade se mostra. Se estivermos preocupados, claro, a preocupação em algum momento, se torna uma esperança de que o problema será resolvido. O decorrer do dia pode até aumentar a ansiedade para encontramos uma solução, mas acordamos esperançosos e nada vai ser igual ao ontem. Tenham a certeza; mesmo achando que um dia atrás do outro é igual, não é.
Bom, mas o fato é que acordei e não posso ir andar, apesar de cedo o sol já está brilhando e quente, e não iria me arriscar de maneira alguma. Que faço? Ligo a máquina e vou ver as manchetes da página da UOL, Puta que pariu! Com o que me deparo? Eduardo Cunha e Haddad (acho que este é o nome) vão tentar derrubar a decisão do Supremo Tribunal Federal sobre o pagamento dos precatórios.  Fico olhando a manchete sem querer abrir o texto. Puxa vida! Este país não vai ter jeito nunca! Que pensam os senhores políticos que são? Então os precatórios, débitos dos entes públicos para com cidadãos, para com pessoas jurídicas que lhe prestaram serviços, resultado certamente de má administração do dinheiro público, não devem ser pagos? Por quanto tempo os credores poderão esperar? Está correto isto? Pior que isto: os dois políticos em questão vão articular meios para inviabilizar que a decisão do Supremo possa ter efeitos. Pasmem! Estão pensando em uma Emenda Constitucional.  Penso que estou ainda sonhando, que não acordei. Mas infelizmente é isto mesmo. Para uma coisa isto serve, para confirmar que o dia de ontem não vai ser igual à de hoje, um novo caminho para burlar a lei, para prejudicar o cidadão aparece.   
Desisto, incrédula, de ler a reportagem até o seu final e pulo para o face book, quem sabe leio algum comentário a respeito da beleza da minha fantasia de espanhola, ou alguma coisa que me traga mais alento de que as jogadas políticas, mas infelizmente, vejo uma manchete que me chama atenção, e para não fugir à regra, trata de política, fala sobre o perfil do homem que está cotado para assumir a pasta da educação, ou já assumiu, não sei bem. O homem é filósofo e professor aposentado.  Não o conheço se ouvi falar dele algum dia não me recordo, também, que diferença faz isto! Mas penso que deve ser uma pessoa importante e que tenha qualidades suficientes para assumir a pasta. Interesso-me, afinal se o nome foi aprovado mesmo, monocraticamente pela presidente, como sói acontecer, e me deparo, de cara com um texto por ele escrito em que há uma defesa da Presidente (a), tenho que me desculpar logo por discordar da modificação autoritariamente impingida pela presidente, em que o ministeriável exalta as qualidades da Sra. Dilma Roussef no que se refere à sua intransigência em relação à corrupção, e de, por força disto, deixar de ouvir a opinião dos demais, a manter algum diálogo. Acusa-nos, a nós todos, brasileiros, de uma conivência com a própria corrupção e de “odiarmos” hoje a nossa presidente (a) exatamente por ela ter coragem de enfrentar, ainda que de maneira monocrática e autoritária, isto é sem dialogo, os corruptos, coisa de que temos vergonha, pois preferíamos esconder tudo isto. “talvez ela cause tanta rejeição porque nos mostre, às escancaras, um dilema que queremos esconder de nós”. Qual o que? Eu quero esconder nada. Tenho vergonha sim de tudo que está ocorrendo, mas não quero nada escondido, quero que tudo fique provado e que todos os responsáveis sejam punidos, e aí: se chegar até a presidente, o que não é muito distante, afinal quem é eleito com dinheiro que não tem origem muito lá recomendável, vai ter de sofrer as conseqüências disto.
Fico querendo entender o texto, pois acho que ali está dito que além de nos tornamos todos, na visão do distinto ministeriável, coniventes com a corrupção, também somos completamente ignorantes, quando não entendemos que a falta de diálogo da presidente com os demais setores da sociedade, aí estou incluído o poder legislativo, é exatamente porque ela não quer dialogar com corruptos, ou seja, o nosso legislativo, embora tenhamos uma grande quantidade de corruptos dele fazendo parte, é um antro de “marginais” que nós, brasileiros, infelizmente elegemos.
Parece que devemos entender, de acordo com o autor, que se forem corruptos, não podemos exigir da presidente que ela dialogue, faça acordos políticos, etc., com eles, como se fosse possível fazer política desta maneira, governar uns pais sem estes acordos, que inclusive elegeram a Sra. Presidente e tantos quantos participam do seu “staff” estafante, não sei se me faço entender, ou se não consigo alcançar o pensamento filosófico do autor.  
Sinceramente! Eu não sei o que pensar, inclusive porque esta defesa da presidente se deu antes da indicação do nome para a pasta da educação: Será que foi esta defesa que fez com que este senhor fosse lembrado? É bom recordar que, como o autor do texto, estamos no campo das suposições, como ele próprio tenta nos fazer entender, porque ali ele nos induz a pensar no que  as atitudes da presidente(a) podem representar, ou seja, por que ela age desta ou daquela forma. Louvável a defesa, mas não convence ao menos a mim. Com corruptos ou não, há que se ter diálogo, até porque, primeiro não há só corruptos  dentro do legislativo, segundo porque, corruptos ou não,  são os representantes do povo (desgraçadamente escolhidos) mas são, e o isolamento da Sra. presidente, que não é onipresente, onipotente e nem onisciente, embora prepotente, lhe deixa numa situação  desfavorável diante  do povo, que pasmem! Não na sua inteira maioria, mas em uma boa maioria, lhe elegeu, ainda que com dinheiro da corrupção, que ela diz combater. Por que somente agora?
Sai um mal educado, seja  politicamente, seja  individualmente, o antigo ministro da educação deu o exemplo da má educação. Entra, se entrar, um educador, um defensor  de quem vai lhe nomear, alguém que quer esconder o sol com a peneira, que conhece o verbo, com certeza conhece, mas as palavras são palavras, o discurso sempre é fantástico, nele podemos  dizer tudo, elaborar projetos, fazer suposições, criar expectativas, enfim, mas a pratica é muito diferente, e é  nela que ele vai atuar,vai lhe dar com corruptos,  com números, com gente que precisa ser educada, para que possa, um dia, ao contrário do que pensa hoje o Sr ministeriável, não transferir para o presidente os seus recalques e as suas vergonhas.
Com o diz o autor: Será que desejamos o impossível?   


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