Para quebrar a rudeza do texto Duas amigas |
Então um sujeito que “não tem onde cair morto” porquanto se
morrer neste exato momento terá de ser enterrado como indigente, embora esteja
praticamente com o "pé na cova” devido à proximidade da sua morada, se
arvora a ser dono da verdade, dono do mundo?
A pessoa de quem falo é jovem, e
talvez por isso mesmo e por ter sido muito mal educado e orientado, não sabe, ou melhor; não quer entender, que só se alcança a sabedoria com o passar dos
tempos e com a humildade de sempre achar que nada sabe, aliás, não deve saber
quem foi Sócrates que dizia “só sei que nada sei”.
Um sábio jamais dirá que sabe,
quando muito ele dirá que tem conhecimento sobre isto ou sobre aquilo,
exatamente pelo simples fato de que, uma nova descoberta, uma nova
interpretação, um novo achado, enfim, uma novidade cientifica faz cair por
terra todo o seu saber acumulado. Sem dúvida que todo aquele conhecimento
anterior servirá de base para o futuro, até porque é através da contestação
dele, da negação dele, que o novo vai se sobrepor. A certeza do sábio é a de
saber apenas a mínima parte de um todo em movimento e, portanto, modificável.
Bom, mas deixa para lá está
história de saber e voltemos a esta parte que parece ser a mais indigna do
corpo humano, embora deva ser tratada com a maior dignidade possível, exatamente
porque quando se tem “merda no cú para cagar”, como no meu caso, que tenho o meu dinheiro, que ganhei
e ganho por conta do meu esforço, do meu trabalho, do meu estudo, da minha
aprovação em um concurso público e que, por isso mesmo, posso fazer o que quero;
como quero e quando quero sem dar satisfação a ninguém, porque lutei para
conseguir tudo o que tenho e terei ainda, para inveja e despeito de muitos que,
caso não mudem com o tempo, que faz efetivamente milagres, vão sempre estar no “cú
do mundo”, ou em qualquer outro lugar a este semelhante.
Uma pessoa, seja ela qual for,
jovem, velho, adulto, deve lembrar-se sempre que “quem tem cú tem medo” . A
vida tem revezes, aquele que hoje pensa
estar por cima, amanhã pode estar mesmo
na ralé; aquele que se julga o poderoso, amanhã pode estar “abaixo do cú do cachorro” , que “escada não é so feita para subir”, e de
nada vai adiantar tanto orgulho, tanta empáfia, tanto desprezo pelo outro, quanto
pior, quando se “cospe no prato
em que comeu”.
Não devemos dizer, nem fazer
coisas, que podem ofender o outro de uma maneira tal que ele fique
condicionado: parodiando alguém que já me disse um dia “as
cicatrizes deixam marcas indeléveis, os bálsamos nela colocados condicionam,
para sempre, todo um ser”, O
engraçado é que quem me disse isto já passou por umas tantas, e se, como no
dito popular “cobra tem cú, a pessoa
já esteve no cú da cobra”.
“Quem com ferro fere, com ferro será ferido” é um dito muito
certo, e o tempo é um grande aliado e a
ele cabe mostrar, a qualquer um, que os reflexos dos atos que praticamos, das
palavras que dizemos, um dia estará sob as nossas cabeças, e não poderemos questionar
por que tudo aquilo está acontecendo, é só “dar tempo ao tempo” e veremos todos os nossos atos errados,
equivocados, passando pela nossa frente, sem que possamos fazer mais nada
para afastar os efeitos, que, em muitos
casos, são morais e deixam mesmo muito marcas irrecuperáveis.
Transforma-se nisto |
Ela surge assim |
Pois é, termino como comecei;
tais pessoas, que “não tem merda no cú para cagar”, que sigam o seu caminho “orgulhosos”,
“prepotentes”, “idiota”. O final, entretanto, será igual ao de todos, embora
alguns, até neste momento, possam diferenciar-se dos demais, aqueles que por
esforço próprio, que através do conhecimento, da humildade, conseguiram “ter
bala na agulha” possam ser “cremados” e terão suas cinzas distribuídas pelos
oceanos: Atlântico, Pacífico, Índico, Mar mediterrâneo e outros mares e rios.
Suas cinzas farão parte do Universo abençoado por Deus, porque souberam aprender
com a vida, e com o tempo que a administra, que não vale a pena ter o que o
dito popular tenta, com a sabedoria que lhe é peculiar ensinar.
De qualquer maneira espera-se,
realmente, que a vida seja generosa, se for possível, com a pessoa, mas isto só
acontecerá se ela permitir que a ela não se aplique o dito: “não tem merda no cú para cagar” e que aprenda que“aquele que goza não pensa que há de sofrer” e tente refletir, na
situação atual, sobre o mais importante, isto é; se tiver capacidade para tanto, de perceber que “gato
escaldado, de água fria tem medo” e que “todo burro come palha; a questão é
saber lhe dar”.
Sim, antes que esqueça, ESTÁ
PERDOADO, mas não esquecido.
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