segunda-feira, 28 de outubro de 2024

Alo, Bom dia! Oh como vai você


Em 1988 passei no concurso para a magistratura, antes mesmo de tomar posse, a justiça do trabalho da 5ª. região, promoveu um curso para todos os aprovados no concurso, eu estava ali no meio sem muito entender as coisas, porque eu nunca advogara na justiça do trabalho, só conhecia o fórum
Rui Barbosa e a justiça federal, kkkkkkkkkk, mas, por incrível que possa parecer, passei num concurso para juiz do trabalho.

Era mesmo um peixe fora d`água naquele ambiente em que, quem não advogava na justiça do trabalho era funcionário da mesma instituição, e foi aí que que me deparei com Tadeu.

Tadeu fora meu colega (contemporâneo) na UFBA, mas não tínhamos grandes aproximações na faculdade, ele, mais adiantado que eu, era responsabilíssimo e não tinha tempo para grandes digressões, kkkkkk principalmente as minhas.

Baixinho de pernas esquisitas que lhe faziam ficar em pé de uma maneira diferente. Tadeu, segundo soube depois, era um advogado atuante na justiça do trabalho, fazia parte de um Escritório bastante conhecido e muito atuante.

Bom O fato é que ele fez o concurso e ali começou tudo no que se refere a nós dois.

Tadeu passou muito bem, penso que em terceiro ou quarto lugar, não me lembro, eu estava lá na rabada, até a prova oral estava no 14 lugar, depois despenquei para vigésimo, mas o Universo me queria dentro da justiça do trabalho e as vagas que, anteriormente eram 8, com a criação de novas juntas, passaram, salvo engano, a 23, resultado, quase todos os aprovados (28) foram chamados e eu no mio deles.

Tomei posse no dia 22 de fevereiro de 1989 e quem estava lá? Tadeu, Sônia, Carlinhos: observem bem - Tadeu. A vida ia acontecendo e minha amizade com Tadeu aumentado, íamos todos as festas da amatra, e quem era o meu parceiro de dança? TADEU, deixávamos nossos pares (Luiza e Carlos) na mesa e íamos dançar, ele dançava debochado, era mesmo para ser engraçado, e eu topava, mas ele sabia dançar sim e dávamos muitas voltas e fazíamos piruetas, penso que ele treinava com a Luiza.

Fazíamos passeios juntos, lembro-me de um deles quando fomos para a morro de São Paulo, no qual os colegas e amigos ficaram surpresos ao ver o Meu relacionamento com a filha de Tadeu, a Amanda, que ainda era uma pequerrucha, mas estava sempre colocada em mim. Fizemos outros passeios ele sempre divertido e com a sua também divertida Luísa.  Fomos a Congressos, festas, palestras, enfim, estávamos   de alguma maneira juntos. Nos demos sempre bem, estávamos em constante contato até porque ele também era amigo de Sonia.

Veio o zoneamento e eu fiquei zoneada em Sergipe, onde substitui nas juntas da capital, como também em Maruim (tão bom que nem lembro como escreve) Lagarto, Itabaiana. Eu substituía Graça laranjeira, Terezinha, e já não lembro dos demais; o fato é que sempre estava com o Tadeu em Aracaju onde, após cumpridas as nossas obrigações, saíamos para jantar em algum Lugar e íamos dançar. Diferentemente de Salvador (talvez porque aqui eu não sabia ou não tinha oportunidade) tem muitos lugares para dançar em plena semana.

Íamos e voltávamos todas as semanas, não me lembro de ter ficado em Aracaju qualquer fim de semana enquanto lá estive. Normalmente voltávamos de avião (pago com o nosso próprio dinheiro) no meu caso, como era substituta, acho que o trt pagava a passagem de ônibus, já não lembro.

Se acaso, não houvesse lugar no voo de volta, (porque a gente não podia marcar a hora pois não sabíamos nunca a hora que estaríamos livres para voltar), alugávamos um carro e lá vínhamos nós dois estradas afora, parando aqui e ali para uma água, uma compra, para um descanso. Nossa viagem era o muita interessante porque nós cantávamos, contávamos piadas, falávamos de nossos processos e claro: da vida dos outros, quando não da nossa própria e foi numa dessas voltas que descobrimos que tínhamos algo em comum: a formação religiosa kkkkkkkkk: mais dele que meu claro, afinal Tadeu estudava no seminário, talvez para ser padre, eu nunca tive pretensão a ser freira o que não impediu que passasse longos 7 anos da minha vida trancafiada em colégio de freira. Por causa desta descoberta tínhamos muitas coisas a contar e uma delas foi interessante porque lembramos das festas organizadas pelas escolas (festas hummm) comemorações de datas cívicas ou religiosas) e muita cantoria nas quais, indispensável até, as músicas da irmã que esqueci o nome agora,  uma freirinha que cantava Dominique. Dominique tinha uma letra muito positiva, muito alegre e que passava a mensagem de paciência, do otimismo da felicidade. Rapaz no dia que comecei a cantar isto Tadeu quase bate o carro de tanto rir, você sabe isto? Perguntava-me entre risos. Claro que sei, e não só esta e passávamos a berrar dentro do carro as músicas que aprendemos nos colégios

“Alo, Bom dia! Oh como vai você? um abraço apertado um sorriso ....(esqueci) um aperto de mãos, e a gente  ..... A cantar esta alegre canção. Saber dar um bom dia cheio de bondade, é dar bom dia com sinceridade, a deus se deve amar, amar sem distinção, alo, bom dia irmão” kkkkkkk era bem divertido.

Também em Aracaju nos íamos às compras, havia uma loja de roupas dentro da fábrica, não  vou lembrar o nome e íamos comprar roupas para todos, eu para os meus, ele para os deles, e, lembro-me uma vez que Tadeu estava comprando roupas para ele: estava vá moda aquelas calças de homem com duas preguinhas na frente, ele experimentou  uma e saiu do provador para me mostrar e perguntar se ficava bem; eu achei ótima, mas ele ficava se olhando no espelho grande e dizia que aquelas preguinhas eram esquisitas além de botar ele gordo. Eu retrucava:

-Não Tadeu está ótima

E ele nada de querer levar as calças, então eu disse-lhe:

- Leve besta, com este volume aí na frente as mulheres vão achar que você tem o cacete grande.

 Kkkkkkkkkkkkk a gargalhada de Tadeu foi tão alta e intensa que ele quase faz xixi nas calças, chamou a atenção das vendedoras da loja e de todos que ali estavam. Ria eu e ele, mas às gargalhadas mesmo, mas acho que consegui com este argumento convence-lo, pois ele comprou duas kkkkkkkkkkkkk.


Pois é meu amigo: demos muitas risadas juntos, e espero bem que para onde você seguiu você faça as pessoas rirem como você sabe fazê-lo, faça as pessoas dançarem, faça as pessoas se libertarem de suas prisões e possam viver a plenitude da vida, que para você, enquanto no plano terreno, era a nossa Justiça do trabalho, Luiza e seus filhos.(Ananda e Rodrigo ) 

À minha maneira, amei e admirei você muito e só tenho a agradecer ao Universo, ter convivido e repartido com você momentos tão maravilhosos.  




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