Acreditem se quiserem: dormi mal-humorada e acordei igual, tive sonhos com o “Meu Francisco” da minha amiga, sonhos eróticos mesmo, com a voz rouca do homem a me dizer coisas boas no ouvido, dormindo comigo de conchinha, fazendo um sexo meio selvagem entremeado de momentos muito delicados, enfim, sonhei com o cidadão, como idealizado por mim, figura que se materializou no sonho. Um homem de 62 anos, cabelos finos e grisalhos, pele morena, olhos claros, bem claros, quase verdes, boca delineada, porem com lábios finos, com o lábio inferior mais cheio de que o superior, não quero confiar na descrição feita pela minha amiga.
No sonho o “Meu Francisco” não era assim chamado por
mim, ele virara “meu Pablo”, assim mesmo, eu o apelidara de “ Meu Pablo”, se
ele fosse português iria chama-lo de “meu pau lo” e espero que vocês entendam exatamente o
motivo da separação nas silabas kkkkkkkkkkk
Depois deste sonho aí
fiquei mesmo desesperada, já pedindo a Deus que me livrasse daquilo, eu não
queria claro, falar com minha amiga, a respeito deste sonho, talvez ela nunca
soubesse disto, pelo menos eu não falaria. Que força tinha aquilo para eu
chegar a sonhar já dormindo com o cidadão?
Bom, o dia passou e eu
remoendo o sonho, já agora eu queria que ela me dissesse como ela a figura do
Francisco, me relembrasse, aliás eu queria saber disto hoje, e esperava, mais
uma vez, ansiosa que ela chamasse.
As oito e meia da noite,
depois de umas duas horas olhando a luzinha verde do “On line” no perfil dela,
ela chama
-Estás aí?
Porra, esta sacana já está
a falar português de Portugal, que sacana, pensei comigo mesma.
-Sim, to aqui.
-Estava com o meu
Francisco, passamos umas duas horas conversando.
FDP, então ela tinha
assunto para falar duas horas com o sacana do Francisco? Tenho certeza que ela não
vai me dizer o que falaram e se falar, acho
que ela não vai dizer tudo.
-Duas horas: Porra quanto
assunto tu tens!
-Claro que temos, só nos
demos boa noite, porque são três horas de diferença, e lá já são 11;30 e meu Francisco
tem de acordar cedo para trabalhar, é uma pessoa para lá de responsável, e
parece, apesar do cansaço e do trabalho exaustivo, gostar do que faz.
-- Disse-me você que ele
faz inspeção em balcões.
-Sim, parece-me ser um
auditor do Banco onde trabalha.
-Muita responsabilidade,
É um cargo muito ruim em relação aos colegas, porque as inspeções são para
descobrir se há falhas no sistema, corrigi-las e apontar quem errou. Os colegas
não devem gostar dele.
-Impossível não gostar do
meu “Francisco” ! Ele me parece uma casa cheia, hoje mesmo disse-me que, amanhã,
vai com os colegas para petiscar.
Petiscar! Lembrei-me
automaticamente da Vera, ela é que fala muito isto, vai petiscar alguma coisa,
mas nunca percebi que esta expressão era usada para uns copos.
-Sim, disse-me ele que um
colega de outro departamento desafiou a si e aos outros colegas a tomar uns
copos em uma nova tasca, felizmente, segundo ele, perto da sua casa. E aí não
vamos nos falar a noite.
Eu doida para fazer perguntas,
mas eu precisava ser discreta, muito discreta, não podia dar qualquer pista do
que estava sentindo em relação a tudo aquilo, mas o diabinho me cutucando para
fazer perguntas.
- Mulher você me disse que
falou uma vez em vídeo chamada com o Francisco? Você conseguiu vê-lo bem? Como
ele é mesmo?
Precisava saber disto, queria
ver se a descrição tinha alguma coisa a ver com o homem com quem sonhar o então
“ Meu Pau ló”
- Bom no momento do vídeo
não consegui muito bem, já lhe disse que foi muito rápido e que ele ficou
surpreso, me parecendo até um pouco tímido e emocionado, mas hoje, por
coincidência, ele mandou-me uma foto, quando estava todo arrumado para ir para
o trabalho.
Meu coração deu um salto,
cheguei mesmo a tremer. E aí? perguntei, como ele é mesmo?
- Um senhor homem. Um
homem que aparenta mesmo a idade que tem, 62 anos, uma expressão forte e
determinada, tem a pele mais para o moreno, lábios bem delineados, os lábios
inferiores mais grossos que os superiores, nariz ibérico, olhos expressivos,
mas não consegui determinar a cor. Estava muito bem vestido, levava um cachecol
verde, um casaco marrom de couro. Cabelos finos e grisalho. Enfim, um homem que
me deu a sensação de segurança.
Puta merda, O que anda
acontecendo comigo meu Deus! Pois não é
que a descrição da minha amiga era a do homem com o qual eu tinha dormido de
conchinha no meu sonho, o homem que me tinha feito caricias, que falava coisas
(segredos de liquidificador) ao meu ouvido, o homem que me deixara excitada a um
nível tal que me deixou descontrolada. O que fazer? Como responder sem
demonstrar a minha emoção?
-Pois, me parece que é um
homem mesmo! Que boa amiga, que bom (falsidade pura, eu estava mesmo era puta
dentro das calças)
-Perguntei a ele, para o
que estava sendo dirigido aquele olhar, quando ele tirou a foto: resposta: “ Ao
meu delírio, estava dirigindo este olhar a pessoa que está olhando a foto
agora.
Desgraçado! O homem era
mesmo um conquistador, cativante, safado. Sabia envolver a pobre coitada da
minha amiga. Eu, por que pobre coitada? Está
doida mulher, a sua amiga está feliz, muito feliz, idealizando coisas,
sonhando, achando que encontrou mesmo a sua “alma gêmea” e você a chama de coitada:
Vai te curar mulher, você está doente.
-Como não consegui mesmo
identificar a cor dos olhos, perguntei: Que cor tem os seus olhos. Resposta: “Esverdeados”
Cacete! Aí me desgraçou
de vez, pois o “meu pablo” era aquele homem que a minha amiga acabara de
descrever. Comecei a pensar uma maneira
de ela me mandar a fotografia, queria ver a figura, queria ter a certeza que
era mesmo o homem do “meu sonho”. Eu
tinha de arquitetar um plano para ver o cidadão. Pelo perfil não poderia, pois
já lhes falei que o perfil que ele usa, segundo a minha amiga, e graças a Deus
que o faz, porque do contrário o mulherio não ia deixa-lo em paz, e é do “irmão
falecido a quem ele quer prestar uma homenagem”, há de haver uma maneira para que eu pudesse
ver isto. Vou pensar como farei, mas deixe eu saber o que eles conversaram
mais.
- Sim e pela foto o que
você acha?
-Amiga, penso que é um
homem de gostos finos, a echarpe, o casaco de couro muito bem-acabado, não eram
aquelas coisas grosseiras, a gola tinha um belo acabamento, que somente casacos
finos tem, um pesponto em toda ela, o casaco era castanho, como já disse o
cachecol verde bem arrumado no pescoço, cabelo bem arrumado. Perguntei-lhe: Que perfume usas.
Minha respiração parou! No sonho eu tinha sentido
o cheiro daquele homem, o sonho fora muito real, eu tocava no homem, eu lhe
peguei eu o beijei, abracei, deitei minha cabeça no seu peito e senti o cheiro gostoso
de madeira, e lhe perguntei qual perfume usava e ele disse –me “Há muito que uso “Eau Savage” “ e eu teria
comentado, adoro amadeirados. Ao que respondeu; eu também.
- Sim e qual é o perfume?
EAU SAVAGE
-Boa noite, hoje não dá
mais para continuar, estou aflita, visivelmente emocionada e querendo entender
o que está se passando...
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