segunda-feira, 6 de julho de 2020

A wulombe ri nandziya ha roche - Ela tarda, mas não falta


“A wulombe ri nandziya ha roche “Este é um proverbio   changana – uma etnia africana – que significa: A verdade pode tardar, mas sempre chega.
Pois é, em 2010 eu escrevi um texto e o terminei com este provérbio. Hoje começo um novo texto com ele, para confirmar exatamente isto; A verdade tarda, mas não falta.
Após 32 anos a verdade veio à tona. Um recurso biotecnológico resolveu uma dúvida que amargurou a vida de, ao menos, três pessoas. Cada uma delas de uma maneira cruel e especial. Um pai, uma mãe e um filho.
Um teste de DNA que só foi feito porque a Justiça obrigou um dos envolvidos a fazê-lo, terminou com a dúvida de um dos participantes desta relação triangular: o pai. A este pai se atribuiu uma paternidade que foi assumida até quando o filho, maior, estudante de direito, resolveu solicitar alimentos. Diga-se de passagem, alimentos que foram pagos, mesmo com os pais separados, até aos 18 anos. Como ainda era universitário, a lei se fez cumprir, e o pai foi obrigado a pagar a pensão.  Mais uma vez, apesar de indignado, o pai que era taxado de tudo que não presta: miserável, egoísta, filho da puta, dentre outros predicados que agora não interessam,  pagou os alimentos, mas, em audiência, fez uma exigência ao Juízo, que o filho se submetesse a um exame de paternidade porque ele, ainda hoje, tinha dúvidas de que  aquele rebento era mesmo seu filho.
Observe-se bem, este homem, durante 24 anos de sua vida, com todas as dúvidas de que aquele menino era seu filho,  o ajudou na sua formação seja física ou intelectual, pagou, claro que resmungando muito, contrafeito da vida, a pensão que  levou o alimentado a ser um advogado e a saber das consequências  de todos os seus atos e os da sua  adorada mãe, tanto que, quando foi designado o exame, recusou-se a fazê-lo, só o fazendo quando realmente obrigado pela Justiça
O resultado saiu recentemente, e sabe qual foi; Negativo 100%, confirmando a impossibilidade daquela criatura ser filho daquele que lhe atribuíram como pai.
E agora?  O que vai ser deste rapaz, que nutria um ódio mortal pelo que lhe diziam ser seu pai? Ódio este alimentado pela ira de sua mãe, que não conseguira ficar com o agora, pseudo pai, sacaneando-lhe a vida em todos os sentidos.  No dia em que descobriu uma nova namorada do homem, mandou-lhe um presente:  Uma caixa com um coração de algum bicho atravessado por uma flecha, ou sei lá o que. 
Cheia de exigências ganhou “de graça” um apartamento de cobertura num bom bairro de Salvador além da tão significativa e sustentadora pensão que recebia em nome do filho, enquanto este era menor.
O que esta senhora tem a dizer agora? Como vai justificar ao filho que a esta altura, deve ter sido feito por obra e graça do espírito santo, quem é o seu verdadeiro pai e qual a necessidade de uma mentira que durou 32 anos?  Como justificar o ódio mortal a quem, por pior que tenha sido para ela, sustentou a sua mentira por tantos anos, mesmo sem o saber, apenas com a dúvida de que algo errado  existia, pois, sabidamente,  nunca poderia ter filhos, aliás, não os fez em nenhuma das mulheres que teve, apenas esta  senhora bicuda e chata conseguira esta proeza, em apenas alguns dias  de  relacionamento.
Evidente que o  pseudo pai ficou feliz, afinal sempre quisera um filho e este estava lhe sendo dado de bandeja, ele jamais poderia perder esta chance de fazer um herdeiro, mas não custava nada ter feito o DNA logo logo no nascimento, mas naquele momento deveria estar tão feliz, e talvez apaixonado pela bicuda que não lhe passou pela cabeça isto.
O tempo foi passando, o menino quanto mais crescido, mas demonstrava características que nada tinham a ver com o pseudo pai, seja fisicamente, seja mentalmente.  Não havia nenhuma semelhança.  Isto foi se refletindo no tratamento que o pai lhe dava, a criança crescera desconfiada sempre, não olhava de frente para ninguém.  Chamava o pseudo pai pelo nome, talvez prenunciando o que estaria por vim.
Bom o fato é que, depois da separação dos pais a distancia aumentou entre o pseudo pai e o  pseudo filho, que cresceu com o ódio e a raiva daquele que lhe sustentou indevidamente, porque nunca o gerara, e, portanto não tinha obrigação alguma de fazê-lo, alimentado pela raiva e ódio  da mãe, que possivelmente nunca amou aquele homem, apenas se aproveitou dele para a tirar de uma situação crítica, pois segundo ela, quando a mãe descobriu que ela estava gravida a expulsou de casa, o que hoje se dúvida também.
Não sei se a senhora mãe ainda está viva, mas gostaria de ver qual seria a sua reação ao saber do resultado deste teste. O que ela iria fazer, ela que desprezava o pseudo pai, lhe achinava, lhe chamava de moleque, dentre tantas coisas que tivemos conhecimento no decorrer da relação daqueles dois, que jamais deveriam ter se unido?
O que está passando agora pela cabeça desse rapaz, que teve a vida completamente destruída por uma mãe irresponsável, uma m mulher mentirosa, aproveitadora, que enganou a tantos, esquecendo-se que um dia a verdade viria`` a tona.
O que vai fazer esta mulher mãe agora, vendo o seu filho arrasado, é o que acho que ele ficou e ficará durante muito tempo ao descobrir, descobrir não, confirmar, que verdadeiramente aquele pseudo pai não era mesmo o seu genitor?
Deus os ajude, sinceramente, Deus os ajude. E continue ajudando aquele que, sem qualquer obrigação, ao menos durante 25 anos sustentou alguém que nada tinha a ver consigo, alguém que o odiou sempre, mas isto não impediu que assegurasse a subsitência  dessa pessoa.mpo.
Não queria ser n nenhum dos três.  A primeira por ser mentirosa e agora vai pagar caro pelo erro que cometeu.   O rapaz porque, se tinha problemas psíquicos, certamente os terá aumentados com esta descoberta – confirmação do óbvio, por ser a sua mãe uma mentirosa,  e o pseudo pai pela revolta de ter sido explorado durante tanto tempo.
Dos três, o único que apesar de ser considerado o pior da estória, é que evidentemente será o mais facilmente perdoado, pois com certeza terá a grandeza e a generosidade de nada exigir, o que passou, passou.  Pedir tudo que gastou de volta nunca vai apagar o fato de ter sido enganado tão descaradamente por uma mulher que talvez um dia tenha amado, mas que não teve qualquer princípio, seja ético ou moral.
Que Deus os ajude.   

Um comentário:

  1. A vida nos apresenta caminhos que por vezes seguimos sem a princípio questionar, depois o tempo e a experiencia nos mostram alternativas e nos determinam a buscar respostas. Felizmente veio a elucidação de uma dúvida situação que por um lado me deixou tranquilo, no entanto criou um puta problema cuja solução não esta a meu alcance e tambem não tenho como ajudar. Mãe e Filho deverão se entender e quem sabe encontrem o Pai Biologico. é que espero. Obrigado Esmeralda

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