segunda-feira, 25 de julho de 2016

Simples assim

Do outro lado da linha: Mera, você já sabe que Diorgénes se separou de Marineide.
- Não, e qual o problema?
-Pôxa  Mera! Aquela mulher era um anjo para aquele homem.
- Sim, mas eram casados, apenas isto, e podiam se separar a qualquer momento.
- Porra Mera! Que frieza, parece que  você não tem sentimento ou que não gosta da Marineide.
- Nada disto, eu até gosto bem dos dois, mas para que esta comoção a partir de uma coisa tão normal.
-Ela tá lenhada, diz que não sabe o que houve.
-Sabe sim, ela viveu por vinte e oito anos com ele e sabe bem, perfeitamente o que aconteceu.
- Mera, como você pode ser assim!
-Rapaz, é simplesmente você ter o pé no chão, observar, entender, perceber. Parece que vocês vivem num mundo a parte, onde uma coisa  normal desta, que é a separação de um casal, parece ser um bicho de sete cabeças
.
- Não é possível  que você pense assim!
- Você convivia diariamente com eles? Você sabe o que acontecia na vida deles? Sabe quais os problemas que eles enfrentaram ou enfrentam?
-Claro que não, você bem sabe disto, não tinha grande relação com eles, mas  eles pareciam ser tão completos, tão felizes, uma família bem estruturada.
-Estruturada!. O cara  teve, durante este período  bem uns dez casos com pessoas diferentes, a abestalhada lá é que fazia de conta que não via.
- Não acredito! Ninguém nunca me falou disto.
- Sim e você tinha a ver o que com isto? Por acaso foi um desses casos?
-Você é  mesmo cretina..
-Eu não, o que não gosto é de falar da vida dos outros, o que não impede que eu veja, saiba, e, algumas vezes até fique indignada, como fiquei quando o vi em um restaurante, o Bela Napoli, ali no Itaigara, bem pertinho de onde ele morava, em atitudes bem suspeitas com uma baita loira, cheia de amor para dar e tomar em troca de dinheiro.
-Mentira, por que você não disse a Marineide?
- Me diga para que. Antes desta fdp  já tinha conhecimento de mais umas duas. Acredite que ele, nos dias de sábado, saía pela manhã com a desculpa de que ia  levar carro para ali,  arrumar alguma coisa no escritório, ou qualquer outra desculpa esfarrapada, cretina, que só mulher imbecil acredita, e ia encontrar as “vagais” com quem ele andava. Vi uma vez numa praia em Massarandupió. Lá ele estava bem à vontade.  Acredite se quiser, ele me viu e ainda veio falar comigo e me apresentou a mulher como uma amiga paulista que estava hospedada em Praia do Forte .
- Você é mesmo uma sacana, por que não disse  a Marineide.
-Nem precisei falar, porque ela mesma me telefonou para me dizer que o miserável tinha lhe dito que havia me encontrado, só não disse onde. Acredite se quiser, a abestalhada ainda me falou da mulher do amigo dele que o estava acompanhando.
-O que você fez?
-Eu não fiz nada, confirmei que o tinha visto mesmo, dei risada e pronto, assunto encerrado.
-Ah se fosse eu! Diria tudo
- Tudo o que? Você acha que ela ia acreditar em alguma coisa?   Claro que não, afinal o marido dela lhe contou.
-OH Mera! A gente vê cara e não vê coração.
-Oh querida você descobriu a pólvora com um pouco de atraso não?
- Mas mesmo assim, eu acho uma tragédia  esta separação.
-Porra nenhuma mulher, tudo tem uma causa. É como a história: todos os fatos que acontecem deriva m de uma série de outros, de circunstâncias, de pequenas outras causas. Em dado momento é inevitável  que a bomba exploda. Por exemplo, o que está acontecendo com o Brasil é por acaso? Claro que não, tudo isto resulta de uma série de fatos, ocultos ou não, que vinham acontecendo e que, chegou um momento, que ficou difícil de controlar. Simples assim.
-É conversar com você é difícil, você parece que é de gelo, para você tudo é de uma simplicidade impar.
- Não é não, mas já estou velha para andar me iludindo com as coisas, até mesmo porque já chega de sofrimento de dor, de choro, que é o que acontece quando a gente fica se enganando o tempo todo.
-Você está é amarga, isto sim.
-Bom, se isto é ser amarga, então tô, mas vivo melhor assim do que antes, quando me enganava com as pessoas , principalmente aquelas mais íntimas, aquelas que mais aprontaram  na minha fuça e me causaram muitas dores. Vou desligar; apareceu uma manchete no jornal: parece que, mais um braço da lava jato apareceu, esta operação é uma medusa. Mais uma prova de que quando os acontecimentos vêm à tona, há que se tomar uma atitude. No caso  do qual  estamos falando o resultado é uma separação.   
-Tchau Mera.

Tchau. 

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