Venho acompanhando, desde a
Câmara, o processo de instauração do impeachment da Presidente Dilma Rousseff.
Já tive ocasião de falar sobre o a vergonha do que vem acontecendo em todas as
fases, quanto pior, quando se trata da defesa da Senhora Presidente da
República, que como já disse, não é o Estado, mas, mesmo assim, vem sendo
defendida pela Advocacia Geral da União, o que, mais uma vez depõe contra ela
própria, por estar, mais uma vez utilizando a máquina estatal para defesa de
interesse pessoal, como é o caso.
E muito duro ver as tentativas da
defesa de afastar a conduta ilegal da Senhora Presidente, que não se concentram
em analisar a adequação, ou não, da conduta da Senhora Presidente com a
hipótese prevista na lei, seja genericamente ou não. Estamos diante de um
ilícito administrativo-fiscal, de crimes orçamentários, mas o que a defesa sempre
tenta fazer é afastar os fatos tipificadores, associar a recepção da denúncia a
uma querela pessoal existente entre o Sr. Eduardo Cunha e a Presidente, que por
vingança fez prosseguir o processo, e isto configuraria um golpe da oposição
contra o governo instalado através do voto. É verdadeiramente uma sequência de impropérios,
inverdades, ofensas, até mesmo demagogia.
Há, entretanto, coisa muito pior
que tudo isto que já foi comentado, é a insistência da base governamental em
enlamear as pessoas que, de alguma maneira, são favoráveis ao impeachment da Senhora
Presidente. É constrangedor ouvir e ver os senadores “do nariz em pé”, “a
plastificada”, e “o lindinho”, aliás, todos três citados nas operações investigativas
da Policia Federal, portanto sem qualquer credibilidade, tentarem chicanar, desmoralizar os convidados e os denunciantes, bem como os técnicos convidados para esclarecer
as dúvidas; sim, porque os técnicos ali estão para isto, não a favor nem contra
o impeachment, o que eles fazem ali é, tecnicamente, dizerem o que sabem, porque com isto trabalham e são especialistas.
Pois bem: Esta senhora senadora
“plastificada”, que se julga dona da verdade, pois assim sempre se posiciona em
seus pronunciamentos, vejo-os sempre quando posso nas plenárias do Senado, teve
a petulância, a ousadia de dizer que a Dra. Janaína, uma das denunciantes,
recebera quarenta e cinco mil reais do PSDB para apresentar um parecer sobre o
impeachment, o que, para a tal senadora, que deveria se informar mais um pouco
para deixar de falar bobagens, era a prova de que a denúncia teria sido paga
pelo partido, e que a advogada teria feito tal denúncia patrocinada pelo
partido, etc., querendo desqualifica-la perante a sociedade. A senadora
debochou da mulher, que, felizmente, apesar do pulsante sangue, tem notório
saber jurídico para desfazer qualquer argumento medíocre, principalmente os que
atentarem para a sua moral e dignidade.
Engraçado, a senadora
plastificada recebe dinheiro sujo (Petrobrás) para a sua campanha e,
certamente, na sua defesa, vai dizer que não sabia como este dinheiro fora
conseguido, sei lá mais o que, coisas que todos eles dizem, e é ela que
vem criticar uma mulher, trabalhadora, que vive da sua profissão, que não pode
trabalhar de graça para ninguém, seja pessoa física, seja pessoa jurídica.
Não conformada, a plastificada
segue em sua ânsia de desqualificar as pessoas, e na fala do Sr. Júlio Marcelo,
que compareceu à Comissão como técnico do Tribunal de Contas pra esclarecer
exatamente em que consistiu a condutas ilícitas da Senhora Presidente. Diga-se
de passagem, este senhor, e nem os dois outros, se disseram a favor ou contra o
impeachment, estes senhores estavam ali para esclarecer, para dar subsídios os
senadores a respeito do processo de impeachment.
Pois bem: pois não é que a
plastificada vem dizer que o Sr. Júlio, Procurador do Tribunal de Contas da
União, é favorável ao impeachment, participando, inclusive, de manifestação de
rua, com foto publicada e tudo mais.
Diga-se de logo, que a foto não foi trazida. O Sr. Júlio, educadamente, rechaçou a
acusação, que tinha uma única finalidade: desqualificar todas as informações
prestadas por ele, como técnico que é, querendo insinuar que tudo o quanto ele
diz, disse ou fez, tinha a finalidade precípua de criminalizar a conduta da
presidente. Leviana a acusação, sem qualquer fundamento, embora o Sr. Júlio,
como cidadão que é, pudesse participar de qualquer manifestação, fosse ela a
favor ou contra o impeachment da Presidente.
Fico mesmo estarrecida diante de
tanta asneira, de tanto despreparo, de tanta falta de argumento. Estamos mesmo muito mal representados no
Senado.
Agora estou a ver o “baixinho”
querendo dar aula de direito, e termina por dizer, entre linhas, que a
Presidente é “soberana”, aliás, deve ser isto mesmo que o Partido do Governo e
seus aliados devem querer, se a Presidente conseguisse, como tentou governar o
pais através de decretos e medidas provisórias, pedaladas, jogos contábeis e vetos às leis, a democracia estaria mesmo afastada e estávamos, como quer o Sr.ª Lula e a
própria Sra. Dilma, numa ditadura, barata, banal.
Perco-me, não consigo acompanhar
o raciocínio do “baixinho”. “A avaliação
de que operação de crédito é empréstimo, diz ele, é querer forçar barra demais,
O que dizer então do grito de guerra do governo ‘GOLPE”? Então não é forçar a barra em demasia para qualificar uma ação completamente legal que é
um pedido de impeachment de uma autoridade? O impeachment pode ou não ser
acolhido, pode não ter fundamento suficiente, mas nunca vai configurar um
golpe, porque é um processo estabelecido em lei,(constitucionalmente garantido) que tem toda a
sua tramitação estabelecida e que tem de ser observada sob pena de nulidade.
Mas as sandices não pararam por
aí, e eis que, com a suspensão do Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, o Sr.
Valdir Maranhão assume.
Aguardando a quarta feira, dia
designado para a votação no plenário do Senado, vem uma estranheza maior, o Sr.
Valdir Maranhão resolve ter um dia de rei, e com o assessoramento desta vez,
mais de que errado, do Senhor Advogado Geral da União que está jogando pelo esgoto
toda a sua história jurídica, utilizando, com a anuência da Sra
Presidente, e diante de todos que se calaram
em razão de mais este descalabro, todo o aparato estatal, que por si já era suficiente para o
afastamento dele, Advogado Geral da União, e da própria Presidente dos seus cargos, para fazer a defesa da Sra Dilma Rousseff,
contrariando toda a legislação que
regulamenta a Advocacia Geral da União, que tem de defender o Estado Brasileiro
e não a Presidente do Brasil, quanto pior quando esta responde a um processo de impeachment, em que
se discute exatamente crimes de responsabilidade em desfavor da própria União, que no caso é a
vítima dos atos praticados pela Presidente, e, portanto, a Advocacia Geral da
União, que deveria defender
exatamente a vitima, (a União –
nós os brasileiros) passa a defender
exatamente o autor da ofensa. É incrível como
isto pode acontecer. Será que o
Sr. Advogado Geral da União está tão envolvido
ideologicamente com a causa petista que esqueceu das suas funções? Esqueceu
quais os interesses que ele deve defender?
Penso que sim, ele está jogando
pelo ralo toda a sua reputação como
jurista. O que achava ele quando aconselhou o Valdir Maranhão a praticar este ato insano? Digno de uma interdição.
Então não é elementar que um
Presidente da Câmara não pode anular uma decisão do plenário? Será que
isto não foi aventado a menos como argumentação? Pior que isto, quando o
Presidente do Senado, sabiamente, não aceitou o tal oficio do Presidente da
Câmara, foi horrível ver a patética
reação dos governistas, claro que os
mais exaltados: lindinho, a plastificada, a de nariz em pé, que brevemente vai
perder toda a pose, e eu vou estar fazendo questão de ver a sua derrocada.
Mais ainda; ver os três
caminhando pela rua e
dando entrevistas dizendo que a justiça foi feita e que ganhariam o processo, foi realmente assustador. Um
desastre! Queria mesmo era ver a cara
dos três, ou melhor de todos, inclusive do Sr. Advogado Geral da União, ao saber
que o Deputado resolveu revogar o seu ato.Deve ter sido hilário, mas infelizmente
isto só faz achicanar mais o povo brasileiro, o Brasil como país frente a todas
as demais nações, está sendo humilhado por todos os jornais do mundo. As nossas
instituições avacalhadas por pessoas irresponsáveis, que não querem o bem do
povo e nem do país, que tem sim o objetivo de continuar no poder, seja a que
custo for - e está saindo bem caro -, no poder para encobrir o que já não pode ser
encoberto.
Entretanto, quando se pensa que as sandices
acabaram vem a noticia de que haverá recursos para instituições internacionais,OEA,
que pasmem! Não interferem em calamidades políticas como as que acontecem na América
do Sul, a exemplo da Venezuela, e tantos outros desmandos praticados por
governos ditatoriais, que foram auxiliados pelo Governo Brasileiro, que apesar da
bancarrota em que estava metido, financiou projetos em tantas destas ditaduras,
mas já emitem opinião sobre o impeachment taxando-o de ilegal, desrespeitando a
soberania do Brasil e todas as suas instituições, incluindo-se aí o Poder
Judiciário - Supremo Tribunal Federal, que tem tido respondida a todas as
questões que lhe são propostas, mesmo as mais descabidas.
Realmente, dá uma tristeza enorme ver o que as pessoas são capazes de fazer para manterem o poder em suas mãos. Não é mais possível esconder as tramas, a sordidez, as falcatruas. Nada disto é golpe, tudo é real. Mesmo em se tirando o alarde da imprensa, que aumenta em demasia tudo o que lhe chega às mãos, mesmo assim, há verdades que estão expostas e que não há mais como esconder. Se a Presidente pode não ser impedida pelos motivos suficientes que estão na ordem do dia, será futuramente, porque os desmandos praticados durante este período não podem ficar impunes. Um país parado, avacalhado, invadido por militantes que querem ver uma luta armada, incitados por ideologias “vermelhas”, que não sabem viver uma democracia, por não estarem a ela acostumados.
Vamos esperar o que vai acontecer
a partir de agora, a sessão não começou, penso que o Renan está esperando o
pronunciamento do Ministro Teory.
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