Hoje, dia 20 de dezembro, talvez pela proximidade do
aniversário dele, sonhei com meu pai; um sonho estranho, diferente, para as bandas
do esquisito.
Estava eu em um lugar
diferente dos que conheço ou costumo estar, com certeza um centro comunitário,
um salão de um clube, uma sala de reuniões: não sei mesmo o que era: móveis
antigos decoravam o local, que tinha uma mesa bem grande. O ambiente era
escuro, havia alguma tonalidade de vermelho naquele ambiente, mas não consigo
identificar o motivo, talvez as cortinas de um veludo muito pesado e escuro,
fazia com que o ambiente ganhasse aquela tonalidade.
Bom, estávamos eu, um
senhor que identifiquei como sendo o José Russo e uma senhora, mais para jovem
de que para senhora mesmo. A moça estava com uma espécie de agenda preta na
mão. Ela abre a agenda e me pareceu que havia na capa daquela agenda preta, na
aba lateral da direta, um auto falante, aquele negócio que parece uma tela cheia
de furinhos por onde sai o som. O tamanho deste aparelhinho que era colado na
aba lateral da agenda era o mesmo da própria agenda. A senhora liga o dispositivo e entra a voz de
uma mulher, que falava espanhol com o mesmo sotaque do meu pai(galego)
acentuando os “x” e os “se”. Era como se fosse uma rádio comunitária, na qual
se dava in formações de uma comunidade específica.
Em dado momento a voz fala: Lamentamos informar o falecimento
de um galego que trabalhava na padaria Nova Paris, ali, pelos lados do Taboão e
Pelourinho. De imediato identifiquei que estavam falando de meu pai. Comecei a
me emocionar muito, porque a voz continuava falando dele, e, de repente alguém
diz: ele vai falar, e ouço em alto e bom som a voz de meu pai, agradecendo,
pasmem! Àqueles que foram ao enterro
dele. Choro muito, me emocionei bastante, e ouço Jose Carlos dizer-me: “Eu não
queria que lhe mostrassem isto, sabia como ias ficar”. Sim me emociono muito e senhora desliga o
que chamo de rádio, e vai para uma
outra ala da sala, era como se fosse uma janela grande separando a sala de um
outro espaço. Ela começa a passar roupa, acho eu, e eu me dirijo até ela e
pergunto: O que significa tudo isto? O que vocês estão querendo? O que está
acontecendo? E ela sem parar o que
estava fazendo, diz que ela tem dois irmãos, o Dartanhazinho e o Amazoninhas.
Acho estranhos os dois nomes, mas deixo ela continuar, até porque não conseguia
entender muito bem o motivo de tudo aquilo. Bem eles são filhos de uma negra,
minha mãe e por isso mesmo ficamos todos calados até agora, mas não posso
continuar com este silêncio. Os dois são filhos do Espanha, um tem 25 anos e o
outro 20. Fico atônita.
Quando meu pai faleceu, salvo engano, o meu filho tinha seis
anos, hoje ele tem 45, assim estas pessoas não poderiam ser meus irmãos de
maneira alguma, a não ser que o Espanha fez filho no plano espiritual
A mulher olha para mim com uma cara de bicho, eu dou as
costas e saio com o Senhor José Carlos me acompanhando.
De repente ´estou em outro ambiente, embora no mesmo prédio,
onde há duas moças que estão sentadas no chão, em cima de um tapete e trabalham
com alguma coisa. Vou em direção a elas e vejo que elas trabalham com coisas
bem pequeninas.
Pergunto que tipo de coisa era aquela: vejo panelinhas
pequeninas, frigideiras, etc., etc., tudo em um material que me parecia de
alumínio. Viro-me para uma delas e pergunto o que ela faz, ela diz que é
doutora em manquitaria. Mquiteria! O que é isto? É esta arte, a de trabalhar
com este material e produzir miniaturas.
Enquanto falo com uma das moças, a outra levanta e volta
trazendo uma caixinha retangular cheia de forminhas que ficavam arrumadíssimas
dentro da caixa. Ela me diz que faz todas aquelas miniaturas a partir daquelas
forminhas e do material que está em outra caixa.
Fico fascinada por aquilo e pergunto se elas dão curso daquilo,
aliás digo-lhes que sempre quis fazer aquele tipo de trabalho.
Uma delas, que primeiro me mostrou as pecinhas me diz que ela
pode dar o curso, mas que é muito difícil e demorado.
Digo-lhe que não há problema e que quero e vou fazê-lo.
Acordo, fico
querendo decifrar este sonho, que começa com meu pai e termina com uma
possibilidade de adquirir mais um conhecimento, ou para alguns, uma habilidade
a desenvolver.
Como sempre, meu pai pregando mais uma peça, como era de seu
costume, adorava sacanear os outros, e, quase, mesmo em sonho, conseguiu em
relação a mim, pois imagine, a esta altura do campeonato, saber que meu pai teve
ou tinha mais dois filhos. Eh Espanha, não precisava me pregar esta peça para
me lembrar, do que não esqueço, que o seu aniversario hoje, dia em que escrevo este texto, que não
e o mesmo do dia do sonho, e também para me dizer que você sabe de tudo o que
está acontecendo por aqui, o meu acompanhante na jornada do sonho prova isto. Por outro
lado, também entendi a mensagem, o seu agradecimento, e pedi a sua filha
Letícia que encomende uma missa na Igreja em que o senhor casou -se com Dona Yvone,
que deve estar aí ao seu lado, rindo da peça que você tentou me pregar. Sejam felizes
e saibam que lembramos de vocês, sempre. Aqui todos bem, na medida do possível, família crescendo Um beijão.
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