Estou com uma saudade imensa de Lisboa, e não só dela, de Portugal como um
todo. O ano vai-se embora e, depois de dez anos, este é o primeiro em que não
vou a Portugal, que já está muito diferente desde a última vez que lá estive,
em outubro de 2013.
A revitalização do Cais do Sodré, ou melhor, daquela região, deve estar
mesmo extraordinária. Vi ontem, entretanto, na SIC Internacional, uma reportagem
mostrando exatamente as consequências desta revitalização, e lembrei-me de uma
coisa interessantíssima: quando eu estava
em Lisboa e ia, fizesse sol ou chuva, aos Bailes da Ribeira, que não
incomodava ninguém, pelo menos ao meu sentir,
estes bailes foram suspensos algumas vezes porque um Juiz assim determinou atendendo pedidos de
moradores.
Nunca entendi a suspensão, nunca vi
a liminar do juiz, e nem sei se isto existiu mesmo, sei é que, por um tempo,
aquilo lá foi suspenso e a desculpa era esta.
Olhe que os bailes começavam, nos
dias de semana, às 16:00 terminando àss
19:00 e aos finais de semana, se bem me lembro, das 15:00 as 20:00. A música
ao vivo tinha a altura suficiente para as pessoas dançarem,
mas nada que ultrapassasse qualquer limite, mas havia queixa e pronto,
decidiram fechar.
Cansei de sair daqueles bailes sozinha, andar por todo o quarteirão onde ficava o mercado, passar pela rua onde
hoje está hoje a magnifica praia do
Tejo, sem ter qualquer problema, nunca fui importunada, a não ser por alguns que queriam algum começo de prosa, como eles
diziam, um “engate”, que nunca
funcionou, pois não ia aos bailes e nem andava pelas ruas para isto.
Pois é, ontem vi na SIC a
reportagem sobre o novo Cais do Sodré.
Agora, nas ruas de dentro onde funcionavam, não sei se ainda funcionam, bares
de encontros(prostituição) há muitos novos estabelecimentos, muitos bares
e restaurantes, embora a festa seja mesmo na rua, bem à maneira lisboeta
de diversão.
Os jovens preferem a rua, bebem nas ruas, brincam nas ruas, enfim, o Cais do Sodré virou um outro bairro alto, só que com uma diferença: ali a noite se prolonga mesmo até pela manhã, segundo a reportagem, e aí é que vem o problema. Segundo o jornal, os assaltos que estão acontecendo neste horário, tendo, inclusive um representante da Câmara de Lisboa dito, na entrevista, que a Câmara vai pensar em uma maneira de evitar estes assaltos, pasmem com o que: não é com um aumento do policiamento no local, e sim com a diminuição no horário de funcionamento dos bares, que vão ser obrigados a fechar, nos dias de semana, as 02.00 e nos finais de semana, as 03:00. Eu não sei bem qual é a lógica, mas vai ser assim. Certamente os assaltantes não gostam de acordar tão cedo, isto é, se é que eles dormem e aguardam que dê 04.30 para começarem a aparecer no Cais do Sodré, para o prazeiroso trabalho de tirar as coisas do alheio (assalto às vítimas) que, na sua grande maioria, já estão mais ou menos alcoolizadas e diminuem os seus reflexos, o que favorece aos assaltantes. Não percebo a idéia, mas se o representante da Câmara diz que isto pode resolver, vá lá.
Os jovens preferem a rua, bebem nas ruas, brincam nas ruas, enfim, o Cais do Sodré virou um outro bairro alto, só que com uma diferença: ali a noite se prolonga mesmo até pela manhã, segundo a reportagem, e aí é que vem o problema. Segundo o jornal, os assaltos que estão acontecendo neste horário, tendo, inclusive um representante da Câmara de Lisboa dito, na entrevista, que a Câmara vai pensar em uma maneira de evitar estes assaltos, pasmem com o que: não é com um aumento do policiamento no local, e sim com a diminuição no horário de funcionamento dos bares, que vão ser obrigados a fechar, nos dias de semana, as 02.00 e nos finais de semana, as 03:00. Eu não sei bem qual é a lógica, mas vai ser assim. Certamente os assaltantes não gostam de acordar tão cedo, isto é, se é que eles dormem e aguardam que dê 04.30 para começarem a aparecer no Cais do Sodré, para o prazeiroso trabalho de tirar as coisas do alheio (assalto às vítimas) que, na sua grande maioria, já estão mais ou menos alcoolizadas e diminuem os seus reflexos, o que favorece aos assaltantes. Não percebo a idéia, mas se o representante da Câmara diz que isto pode resolver, vá lá.
Ao lado desta queixa, muitos moradores locais deram entrevistas reclamando da mudança que aconteceu naquele espaço com
esta revalorização. Agora já não se tem sossego na área, já não se dorme
direito. Teve um senhor que disse que
vai embora para a “terra”, que vai sair daquele inferno.
Um outro, bem mais jovem, disse que está louco para que chegue o inverno para que ele possa ter a felicidade de dormir tranquilo, chegando em casa na sexta feira após o trabalho e ficar tranquilo.
Um outro, bem mais jovem, disse que está louco para que chegue o inverno para que ele possa ter a felicidade de dormir tranquilo, chegando em casa na sexta feira após o trabalho e ficar tranquilo.
Pois é, coisas acontecendo em Lisboa e eu aqui, vendo noticias pela televisão; mas uma coisa me consola,
quando eu lá retornar, todas estas coisas estarão resolvidas. Não sei se terminando as 03:00, 05:00, não interessa mesmo, o fato é
que estarei lá no
Cais do Sodré, seja para sentar
em um dos bares, seja para tomar um copo
em cada um deles, seja para comer um chouriço um pouco mais fora da rota, seja
para pegar um barco e ir para a
Cacilhas, seja para pegar o trem para ir a Cascais, seja para ir dançar no
Privado, seja para, simplesmente, olhar o Tejo, Infelizmente os bailes da Ribeira acabaram, mas espero
que, em um desses novos estabelecimentos que apareceram lá no Mercado da Ribeira e nas antigas ruas
da prostituição, tenha espaço para uma dancinha, ainda que não seja um passo
doble, mas que dobre o meu passo.
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