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segunda-feira, 2 de maio de 2011

Terá sido "psicologia" aplicada?

Assistia aula de Psicologia II, fizeram-na perder da primeira vez que fez a matéria, razão porque teve de repeti-la. Chegava cansada á aula, afinal, tinha trabalhado durante todo o dia, aliás, como todos que ali estavam, pensava ela.

Havia na turma uma mulher muito grande: bem alta, loura “à pulso”: voces sabem como é uma loura “á pulso”, não sabem? O certo é que a loura chegava e logo demonstrava que além de loura “à pulso”, adquiriu todas as grandes vantagens de “ser loura”, como no dito popular. Primeiro tinha grandes dificuldades para entender as coisas, segundo era muito mal educada, terceiro, se achava a gostosona do pedaço, o que lhe autorizava a falar alto, discutir com os professores, humilhar alguns. As notas eram sempre discutidas, talvez por sempre se achar perseguida, porque pensava que as pessoas tinham alguma inveja, ciúme, despeito, coisas assim.

Parecia até brincadeira, pois não estavam numa sala de primário, e sim numa Faculdade, todos faziam a Licenciatura em “História”, numa Universidade Público no interior do Estado.

Pois é, a nossa personagem chegava sempre atrasada, dizia trabalhar muito, é bem possivel, porque com a mente curta todos os encargos pareciam demasiados;certamente! Era vendendora em uma loja de roupas: pense quanta energia cerebral você tem de gastar para exercer este ofício! Atender o cliente; pegar a roupa solicitada; levar cliente até um provador; elogiar falsamente a pobre ou pobre coitado dizendo que a roupa lhe cai bem; marcar, se preciso, um ajuste, uma bainha, enfim, exercer uma atividade intelectual daquelas.

O fato é que ela chegava sempre atrasada. Diziam que ela era filha de um ricaço da cidade, mas que os pais tinham se separado e ela vivia com a mãe, que brigava com o pai, e ela no meio dessa confusão. A verdade, nunca sabida na sua totalidade, que também pouco interessava, era que ela morava num condomínio mais ou menos luxuoso da cidade, mas havia comentários que o pai teria se aborrecido porque ela estava namorando um homem de cor. Coisa que se não entendia bem, porque a loura “à pulso” estava mais para “saruaba” de que para qualquer outra coisa. O cabelo, apesar da cor - lourissíma – ,mostrava, na sua raiz, que de “liso” ele nada tinha, o restante, produto também de técnicas, vide que ela já era loura "à pulso”, era um estirado a “foceps” horrível, (escova progressiva, alongamento, chapinha) um misto de quebrado, seco, cheio, enfim, feio mesmo, mas ela se julgava bonita. Sem dúvida que o conjunto chamava atenção, afinal uma mulher com os cabelos louros desgrenhados, com 1,80m e completamente mal educada, chama atenção de qualquer maneira, quanto pior, quando abria a boca.

Bom, mas ela chegava atrasada e, por isso mesmo, já incomodava. Pedir desculpas ou licença para adentrar a sala, para que? Os professores e os colegas deveriam mesmo era dar graças a Deus pela sua presença. Chegando na sala, puxava duas cadeiras, uma para sentar e a outra para botar os pés. Pensem aí! Já era um absurdo todos os comportamentos, mas isto era mesmo a maior das faltas de educação, de respeito, enfim... Há que se registrar que as cadeiras eram mesmo arrastadas para ficarem na posição perfeita para a “moça”; o que implicava num barulho insuportável, e mais falta de educação.

Não contente com toda esta interrupção, ainda se dava ao luxo de fumar na sala, o que era mesmo um verdadeiro absurdo, permitido não se sabe porque motivo.

Discussão com professores era um banalidade. A protagonista, além de não saber porcaria nenhuma, ainda se dava ao luxo de discutir com os mestres, seja lá qual o motivo que fosse. Como os mestres, alguns deles, não mostravam a que vieram, uns, pobres coitados, meninos de 23 a 24 anos, ainda sem entender bem o que era ser um professor universitário, tinham medo dos alunos, e demonstravam isto no nervosismo, na maneira de abordar os temas, no jeito de se portar diante de um aluno problemático, que confudia problemas pessoais, frustações, ignorância, falta de educação, com “ser politizado”, “reivindicar direitos”, “exercer a cidadania”, ou seja, “ser mal educado” e mostrar toda a ignorância no que pensava saber.

Uma professora coitadinha, uma menina do interior que fora contratada para o ensino de História da América, embora fizesse o mestrado em Minas Gerais, um daqueles mestrados de final de semana em Historia Medieval, por ser muito jovem e por estar sozinha numa cidade pequena, mas quase desconhecida para ela, começou a andar com as alunas após as aulas, frequentando barzinhos da cidade,indona casa de alguns alunos, indo a shoppings,  lojas, etc., enfim, exercendo o seu direito de liberdade. Por isso mesmo, por estar sempre em companhia dos alunos, possivelmente deixou escapar as suas intimidades, problemas com a família, medos, tensões, etc. Um dia, por força de uma nota baixa e por um problema dentro da sala de aulas provocado pela falta de educação doméstica da nossa protagonista, houve uma discussão e a loura “à pulso” vomitou todos os traumas da “professora” em alto e bom som, para que todos ouvissem; e todos os que lá estavam, efetivamente, ouviram. A professora não aguentou e, mostrando toda a sua insegurança, chorou e mandou que a “bem educada aluna” saisse da sala, o que nao foi cumprido, ficando a “loura” a argumentar o inargumentável, a se embalançar no salto, num atitude não só de imenso desrespeito, como de falta de tudo, educação, principio, moral, e, infelizmente: quem saiu da sala aos prantos, e até mesmo amparada por outros alunos, foi a pobre da professora de vinte e poucos anos.

Este foi um dos muitos episódios que aconteceram.

Todavia o “celular” começou a aparecer por aquelas plagas e a nossa loura "à pulso”, claro, com tantos negócios a tratar, precisava de um, e, como toda a pessoa que adora aparecer, andava com o aparelho à mostra, mesmo quando adentrava à sala de aula, atrasada como sempre. Já entrava, muitas vezes, falando no aparelho, bom isto é o que se imagina, porque podia ser, tão somente, uma simulação, apenas para demonstrar as posses; afinal, era muito”chic” ter um celular quando esse começou a circular, isto é; quando todos do povo começaram a ter acesso ao mesmo, porque antes, com certeza, ela não teria como adquirir um.

E o celular protagonizou o maior desrespeito a um professor, que também não merecia o título, pois com o episódio demonstrou toda a sua falta de preparo, e até mesmo, uma falta de educação, ficando empatado com a aluna.

O telefone toca e a aluna,em plena aula de Psicologia II, simplesmente, atende, ali mesmo, na presença de todos. Fala alto, afinal, se alguém esta na linha, seja lá onde o recpetor estiver, tem de ser atendido, e todos que circundam o ouvinte, tem de ouvir a conversa, ainda que seja no meio de uma aula, dentro de uma Universidade, onde presume-se existir pessoas, com o mínimo de conhecimento, para ter a exata noção do que é educação e exercício dos direitos de cidadania.

Uma outra aluna, uma senhora que exercia um função pública na cidade, indignada com a situação, pois que a loura realmente estava incomodando, e para tentar ajudar a professora a sair daquela situação, para ela vexatória, porquanto um aluno lhe faltando com respeito, bem como a todos os outros que ali estavam, atende um telefone e incomoda a todos, diz:

- “Professora, não dá para a senhora parar um pouco?”

A miserável então pergunta – “Por que vou parar?”

A outra responde: - “Porque a nossa colega aqui deve ter um assunto muito importante para tratar neste momento, e nós não podemos incomodar. Assim a senhora, e todos nós, ficamos aguardando que ela acabe o que tem de resolver, porque realmente deve ser um assunto de muita gravidade, caso contrário, certamente, ela não iria interromper uma aula para tratar dele; depois a gente continua”.

A idiota da professora, que diga-se de passagem, também era loura, embora não tão “à pulso” como a outra, responde: - “Ela pode atender quantas vezes quiser, isto não me incomoda”.

Uma ducha fria, para quem queria ajudar um docente a impor-se, a demonstrar a sua autoridade dentro de uma sala de aula, a exercer condignamente o seu mister. Certamente a professora acostumada com a falta de educação dos alunos, preferia não se indispor com eles, quanto pior, com uma aluna problemática quanto aquela, que nunca quis esconder a sua “fama” aliás, muito comentada: “ela não tinha medo de ninguém”, “todos com ela comiam na sua mão”, “ela era retada, não dexava que ninguem se botasse com ela”, enfim, era politizada e sabia colocar as pessoas nos seus devidos lugares, uma vez que sabia dos seus direitos e reivindicava-os daquela maneira.

Sabe-se que esta loura "à pulso” teve um filho. Oxalá alguém o tenha educado por si, pois se esta criança, que hoje já deve ter uns 13 anos, tiver como exemplo a senhora sua mãe, só Deus sabe o que lhe reservará o futuro, pois se há tanto tempo atrás a sua genitora, a pretexto de assegurar os seus direitos, fazia o que fazia com os professores, não será qualquer supresa que ele, ou ela, filho daquela, já tenha agredido, fisicamente, um dos seus educadores, talvez mesmo, a própria genitora, que não aproveitou nada a aula de "psicologia", que pasmem, era  PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO II !!!

 






segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A abordagem comunicativa no ensino de língua estrangeira

Os elementos do processo de ensino-aprendizagem são: o aluno, o professor, o conteúdo e as variáveis ambientais. Cada um destes elementos exercem uma influência no processo e há, entre eles, um outro processo, que é o de interação. A interação maior, certamente ocorre entre o aluno e o professor, e “conforme a maneira pela qual essa interação se dá, a aprendizagem do aluno pode ser mais ou menos facilitada e orientada para uma ou outra direção” (SANTOS, 2001;72).

Neste processo de interação o professor funciona como um facilitador, com quem o aluno deve estabelecer uma relação de troca, e não só com este, esta troca se estende aos demais colegas, e com todos aqueles que participam do processo, mesmo que não estejam presentes em dado momento, quero dizer, como o aluno esta inserido em um contexto, que abrange a sua estrutura familiar e sócio-econômica, também quem participa do seu universo mantém para com ele uma relação de troca.

Exatamente pelo aluno estar situado em um determinado contexto, é que ele já traz consigo uma bagagem anterior ao processo de aprendizagem que se estabelece no ambiente escolar, esta competência, que em termos de língua, é nato em relação à língua original, vai influenciar na aquisição do conhecimento.

A importância maior deste conhecimento anterior, que resulta não só da própria genética em si, mas do meio social em que o aluno está inserido, pode estabelecer os pontos de interesse deste mesmo aluno, isto é: indica qual a área que se deve trabalhar para que o aluno deseje o conhecimento, tenha interesse no aprender.

O aluno não será, no processo de aprendizagem, um mero expectador, ele terá de participar ativamente do processo e, por isso mesmo, tem de estar centrado, tem de estar interessado em adquirir um conhecimento. O professor, por sua vez, percebendo este interesse, tem de procurar os meios que possam, cada vez mais, motivar o aprendiz a querer adquirir mais conhecimento, é ele o responsável pelo primeiro input.(KRASCHEN: 1989)

Por exemplo, se o aluno mora num morro do Rio de Janeiro, ele tem vivências extra escolares que podem lhe despertar interesses em saber o que pode acontecer com um traficante que reside na localidade. Se a maioria da sala também é moradora do morro, o que pode ser feito em relação ao aprendizado da língua estrangeira, no caso inglês, é trazer para a sala de aula reportagens de revistas internacionais que contenham artigos sobre a ação dos traficantes. No exemplo aqui estabelecido, o processo de aprendizagem não estará voltado tão somente para a LE, mas também para a ética, moralidade, direito, cidadania, e muitas outras áreas, o processo se torna multidisciplinar. Poderá, se o desempenho dos alunos assim permitir, estabelecer comparações entre os sistemas de prevenção e punição dos que estão envolvidos com o tráfico, entre o país de língua original e o da língua estrangeira.
Ainda com estes mesmos alunos, que, certamente, conhecem o funk e tem, como ídolos, as pessoas que cantam ou dançam tal ritmo, o professor pode trazer vídeos com danças de rua no país da língua estrangeira ensinada(hip hop) e do funk, a fim de que os alunos possam identificar as situações semelhantes e as dessemelhanças, mui principalmente nas letras das músicas, porque muitas delas trazem a história da própria comunidade e naturalmente os alunos vão querer saber se estas preocupações traduzidas na música da sua comunidade também se apresentam nas letras das do outro país.

Numa escola em que a grande parte da comunidade seja formada por uma classe industrial, a exemplo de, aqui na Bahia, a cidade de Camaçari, em que muitos pais de alunos são trabalhadores na indústria, mui especificamente, uma que desperta mais atenção, acredito eu, que é a de fabricação de veículos. Sabendo-se que a Ford é uma empresa americana, o que poderia ser feito, é solicitar aos alunos que trouxessem reportagens sobre a indústria automobilística, lançamentos de carros novos, quantidade de carros vendidos em um e em outro local. Atender-se-ia, de uma só vez, a um apelo multicultural, o conhecimento seria diversificado, porque enquanto aprendia-se a língua, também seriam estabelecidos outros conhecimentos. Em relação a língua, se poderia trabalhar, números, cores, nomes de peças de carro, diálogos em postos de gasolina, solicitação de informações a cerca de direção, endereços, etc.

Se a comunidade em que se vai ensinar a língua é de maioria de pescadores, como o caso, por exemplo, de Arembepe, cujo grupo escolar é freqüentado por filhos, netos, conhecidos de pescadores, trabalhar-se-ia a LE com temas ligados ao mar, incluindo aí o Surf. Os alunos deveriam ser motivados a trazer as estórias dos pescadores locais, as notícias sobre naufrágios, sobre pescas, sobre as lendas da região ligadas ao mar, etc. Estabelecendo-se esta ligação, os alunos aprenderiam as palavras ligadas ao mar, quantidades, números, cores.

Enfim, o aprendizado da língua estrangeira estaria exercendo a sua função primordial que é oportunidade de ter acesso a uma cultura diversa da de origem. No que se refere ao próprio processo de aprendizagem, a interação aluno-professor, estaria estabelecida porque o aluno perceberia que o orientador estava falando a sua própria língua sócio-cultural, quero dizer: estava tratando de assuntos que faziam ou fazem parte do seu próprio universo, para ele, possivelmente estranho ao do educador, com esta aproximação dos temas que interessam à comunidade dos alunos, o educador lhes dá a motivação necessária para que o aprendizado da língua estrangeira alcance o seu efeito, que é a comunicação efetiva, em que o aprendiz saiba perfeitamente, utilizar a língua, a sua gramática, a estrutura, e, também identificar os erros, repará-los, etc. (output).

Por outro lado, quando o professor consegue encontrar a metodologia correta, as abordagens dos assuntos que interessam aos alunos, porque fazem parte do seu viver, ele também faz crescer no aluno a competência comunicativa:,Por que? porque quando você fala de um assunto que conhece, ainda que em língua estrangeira, você tem a maior facilidade no discurso, na clareza da exposição, no estabelecimento da comunicação.

Observe-se que na relação ensino-aprendizagem existe dois tipos de motivação,(NETTO;1987) a que é dirigida do professor para o aluno, enquanto este descobre os métodos, as técnicas que vai utilizar para despertar o interesse do aluno(input), e a motivação do próprio aluno, que é apreendida pelo professor, no momento em que este percebe o desejo daquele de solucionar uma questão sobre determinado tema, no caso da Língua estrangeira, aprender tal língua e como utilizá-la nas diversas situações da vida.



Bibliografia:

KRASHEN,S.D. Principles and Practice in second language acquisition. Oxford, Pergamon Press, 1982

NETTO, Samuel Pfromn. Psicologia da Aprendizagem e do Ensino. São Paulo, EPU e EDUSP,1987

SANTOS, Sandra Carvalho dos. “O Processo de ensino-aprendizagem e a relação professor-aluno: Aplicação dos “sete princípios para a boa pratica na educação de ensino superior” in Caderno de Pesquisas em Administração, São Paulo, V.08, nº 1,janeiro/março 2001 p. 70-82