domingo, 21 de junho de 2015

Clorofilando


É domingo, mais um deles, iguais na nomenclatura, diferente por todos os outros motivos. Cheguei da caminhada bem a tempo de não pegar uma chuva, que, sem qualquer aviso, cai forte. Resisto por um momento, mas a chuva cai tão forte ganhando mais força nos beirais por força da água que escorre do telhado, que eu venho deitar na rede. Gosto de ver a chuva cair, sempre tive um sonho de ter uma casa toda de vidro exatamente para ver a chuva cair. Em Portugal achava o máximo olhar o teto do Vasco da Gama e ver a água escorrendo por ele.

terça-feira, 9 de junho de 2015

Uma feiticeira na Inquisição da Bahia -" Arde-lhe-o-Rabo"

Mais uma vez estou andando por Salvador, estou em frente à Catedral Basílica do Salvador, a Igreja está fechada, sento nas suas escadarias e fico olhando o movimento da Praça do Terreiro, olho as baianas sofisticadas, com roupas lindas e muitas contas, pintura exagerada, olho-as com os olhos de ver, e vejo o que virou a nossa baianidade, uma forma de exploração, de ganhar dinheiro. Ao mesmo tempo em que vejo isto, também me transporto e vejo as negras de ganho mercando os seus produtos ainda no tempo colonial e da escravidão.  Tiro o olhar destas baianas, que quase atacam os turistas que passam por minha frente. Eles sem me vir e sem qualquer olhar igual ao meu, são quase que atropelados pelas baianas: sorriem, tiram fotos, pagam até para isto, são guiados para as casas de “gemas”. Eu, diferentemente deles, fico realmente vendo, entendendo, procurando identificar os traços da nossa Salvador colonial, ali naquele lugar de tamanha importância para a nossa história. Mais uma vez sinto uma angustia imensa, apesar de ter alguma conservação, o Terreiro de Jesus e o Pelourinho precisam de obras de conservação. O casario precisa ser preservado, a história precisa apresentar-se aos soteropolitanos, e assim poder ser visualizada, exatamente, através de nosso patrimônio, que o Estado tem obrigação de conservar.